Delegacia de crimes previdenciários aponta a pobreza como uma das razões para o 2º lugar em golpes
Carolina Mello
O Maranhão é o segundo estado brasileiro em fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), só perdendo para o Rio de Janeiro. A informação é da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev) do estado, ligada a Polícia Federal (PF). Contudo, o dado é uma estimativa. Segundo o chefe da Deleprev, o delegado da Polícia Federal Sandro Fonseca, são milhares as fraudes contra Previdência Social no Brasil, entre crimes identificados e não identificados. “Todo município tem diversas fraudes em andamento, e o estado em si só tem condição de apurar 1% das fraudes”, disse Fonseca.
Na opinião do chefe da Deleprev, a pobreza é uma das razões para o estado levar a vice-liderança em fraudes previdenciárias, já que grande parte da população depende do estado. Além de vice, o estado desponta em diversidade de fraudes ao INSS. Entre os tipos mais comuns, a PF identifica pelo menos 20. O crime mais comum é a fraude rural. Sandro Fonseca disse ser habitual entre a população se identificar a Previdência como lavrador, a fim de obter aposentadoria isenta de contribuição. O hábito é, no entanto, considerado crime ideológico. A falsificação de documentos, crime material, é outra via de fraudar o INSS.
De acordo com Fonseca, grande parte das fraudes ocorre através de um intermediário que se aproveita da falta de informação de quem tem direito ao benefício. O criminoso alicia o beneficiário a ser conivente com a fraude, ou omite o crime. Nesses casos a fraude é feita para que o benefício obtido seja de valor maior ou retroativo. Realizada a fraude, é comum o intermediário reter o cartão do beneficiário para ficar com o dinheiro. “A única coisa que o aposentado ganha com a fraude é uma ação penal”, disse Fonseca.
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