Roberto Rocha não descarta candidatura a prefeito de São Luís

O IMPARCIAL- Por que a mudança do PSDB para o PSB?
ROBERTO ROCHA- Na política, a mudança não é compulsória. Ela depende de gestos e riscos. Estava muito desconfortável no PSDB. O partido vive um momento de esclerose política. Se ganha em São Luís, fortalece o que há de pior no partido. Se perde, enfraquece no principal município do estado.

OIMP- Como vai estar o seu partido, o PSB, na sucessão municipal de São Luís?

RR- O PSB está muito bem. Caminhará unido, na construção da candidatura própria à prefeitura, e terá um bom time de candidatos a vereador.

OIMP- O Sr. Será candidato a prefeito de São Luís?

RR- Esse é um processo de convergência. Primeiro, no partido; depois entre aliados; e, em seguida, na sociedade. Estarei à disposição do meu partido, para dialogar com os aliados e, juntos, ampliar aconfiança no meio da sociedade sanluisense. Assim, não serei candidato a qualquer custo. Serei candidato se houver consenso do partido na discussão com a sociedade de São Luís.

OIMP- Qual a contribuição que o Sr. traz para o PSB?

RR- Trago para o partido um desafio que quero compartilhar com todos. O desafio de estimular a participação da nossa melhor inteligência nos destinos de São Luís. Vivemos um momento anacrônico. A cidade cresce, a juventude busca seu lugar no mercado de trabalho, as universidades apostam em pesquisas, o setor produtivo investe, mas a administração pública permanece presa a um modelo de 20 anos atrás, ignorando que o mundo mudou, a informação se disseminou, as redes sociais desabrocharam. O conhecimento não tem mais centro, não obedece hierarquias. No entanto, nosso modelo de gestãoinsiste na velha arquitetura de repartições. A cidade, dessa forma, torna-se ingovernável.


OIMP- E o que fazer, então, para superar esses dilemas?
RR- Temos que valorizar mais a missão do que a organização, gastando menos com o governo e mais com a população. É preciso trazer a universidade para dentro da administração e, junto com ela, os sindicatos, as associações de classe, as ONGs, etc.

OIMP- Trocando em miúdos, você considera arcaico o modelo de administrar a cidade de São Luís, é isso?

RR- Temos que mudar essa paisagem mental do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Mais difícil que a gestão administrativa é a gestão política, porque essa não pode ser delegada. Cabe a esta ser democrática e inclusiva, parteira de consensos. Nesse sentido, temos no PSB o exemplo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, homem de diálogo e distensão, e do ex-governador José Reinaldo Tavares, que teve peito para desafiar e vencer toda uma oligarquia quarentona.

OIMP- Na sua opinião, qual o maior desafio para quem vai governar São Luís a partir de 2013?

RR- O grande desafio da próxima gestão é repensar a estrutura administrativa, buscando em sua missão o objetivo maior, tornando-a um sistema único, sinérgico, que estimule a meritocracia para alcançar resultados visíveis e duradouros. Definir com a sociedade um projeto de desenvolvimento sustentável que possa abrir para São Luis a perspectiva de um futuro melhor, de uma qualidade de vida decente para o conjunto da população.

OIMP- Além de Roberto Rocha, quem o Sr. gostaria de ver prefeito de São Luís?

RR- Na condição de cidadão de São Luis, gostaria de ver alguém da minha geração, com o mesmo compromisso de construir um caminho que aponte para o futuro, que faça uma gestão democrática, moderna, inovadora e participativa. Nesse sentido, enxergo nos seus respectivos partidos, Flávio Dino, Pinto Itamaraty, Edivaldo Holanda Junior, Bira do Pindaré, Eliziane Gama, entre outros.

O Imparcial 

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