'Não sei nem colocar minhoca em anzol', diz novo ministro da Pesca

Em entrevista à rádio Estadão ESPN, hoje (1º), o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) – indicado pelo governo para assumir o Ministério da Pesca e Aquicultura – foi questionado se era “‘chegado’ a uma pescaria” e respondeu:
“Vou dizer uma coisa com humildade: eu nem sei colocar uma minhoca no anzol. Mas eu tô indo [para o Ministério da Pesca e Aquicultura] para aprender, e com muito espírito público”.

Crivella admitiu que terá de fazer um “intensivão” para comandar a Pasta. “Preciso aprender muito. Conheço muito na teoria, mas bem menos na prática”.
Marcello Crivella – que também é cantor gospel e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (ele é sobrinho de Edir Macedo), líder máximo da igreja – substituirá no Ministério da Pesca e Aquicultura o deputado licenciado Luiz Sérgio de Oliveira (PT-RJ), que deve voltar à Câmara.
A mudança foi divulgada pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, ontem (29). Segundo nota da Presidência, Luiz Sérgio prestou "inestimável contribuição ao governo".
"À frente da Secretaria de Relações Institucionais e, depois, como responsável pela pasta da Pesca e Aquicultura, Luiz Sérgio desempenhou com dedicação e compromisso com o país todas as tarefas que lhe foram atribuídas pela presidente Dilma Rousseff", diz um trecho da nota.
O texto diz ainda que a mudança permitirá incorporar à Esplanada um "importante partido aliado da base do governo" – o texto menciona o fato de que o ex-vice-presidente José Alencar pertencia a essa legenda.
Crivella será a terceira pessoa a ocupar o Ministério da Pesca e Aquicultura no governo Dilma Rousseff. Ideli Salvatti (PT-SC) foi a primeira. Em junho do ano passado, ela ocupou o posto de Luiz Sérgio (Relações Institucionais), que estava sendo alvo de críticas de aliados do governo, e ele se transferiu para a Pesca.
O suplente de Crivella, que deve assumir a cadeira no Senado, é o ex-deputado federal Eduardo Lopes (PRB-RJ).
Evangélicos – A troca deve acalmar a bancada evangélica no Congresso Nacional, que sofreu atritos recentes com o governo.
No mês passado, em palestra no Fórum Social Mundial, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) declarou que o Estado deve fazer uma disputa ideológica pela "nova classe média", que estaria sob hegemonia de setores conservadores. O ministro afirmou que foi mal compreendido.
A ministra Ideli Salvatti (Relações Internacionais) evitou fazer relação entre o nome de Crivella e a bancada evangélica. A mudança, segundo ela, "foi no sentido de integrar um partido que durante todo o período do governo do presidente Lula, na pessoa do vice-presidente José Alencar, (...) sempre foi um partido extremamente aliado, firme e atuante na defesa das ações do governo".
Ideli reforçou ainda que o governo tem "o maior respeito" pela atuação do PRB, um "precioso aliado".
(Redação do JP, com portais)

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