A governadora eleita do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), declarou à Justiça Eleitoral ter gasto, em sua campanha política deste ano, R$ 24,4 milhões. O valor significa quase oito vezes mais do que os R$ 3,1 milhões gastos pelo segundo colocado no pleito, Flávio Dino (PCdoB), e 28 vezes mais do que as despesas declaradas por Jackson Lago (PDT), que ficou em terceiro. O pedetista gastou R$ 876,5 mil.
O maior gasto da campanha de Roseana foi com “serviços prestados por terceiros” – R$ 5,7 milhões. Com “publicidade por materiais impressos”, os roseanistas desembolsaram R$ 4,1 milhões. Também não pouparam recursos com “produção de programas de rádio e TV ou vídeo” e “publicidade por carros de som” – R$ 2,4 milhões gastos em cada item.
A arrecadação declarada pela campanha roseanista ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “bateu” exatamente com as despesas: R$ 24,4 milhões.
A prestação de contas final dos candidatos que disputaram estas eleições foi divulgada na última terça-feira (2) pela Justiça Eleitoral.
Empreiteras foram maiores doadores
Os relatórios dos candidatos apresentam não só os gastos de campanha como a origem das doações. Roseana Sarney (PMDB) foi a recordista de gastos e arrecadação na disputa pelo governo do estado. A campanha da peemedebista custou mais de R$ 24 milhões. Empresas de construção lideram a lista das que mais doaram dinheiro para a reeleição da governadora. Entre elas, empresas de engenharia responsáveis pela construção dos 72 hospitais no interior do projeto “Viva Saúde”, prometidos para o final deste ano.
A governadora recebeu do Comitê Financeiro Único e do Diretório Estadual de seu partido mais de R$18 milhões. Foram 15 milhões do comitê e R$ 3 milhões do diretório estadual. Mais de 75% das arrecadações do comitê financeiro do PMDB maranhense, que arrecadou cerca de R$ 20 milhões, teve como destino a conta de campanha de Roseana Sarney. Entre os principais financiadores estão a Dimensão Engenharia e Construção Ltda., que doou R$ 600 mil, a JNS Canaã Construções e Paisagismo Ltda., R$750 mil, e a Lastro Engenharia Incorporação e Indústria Ltda., R$ 300 mil. Estas empreiteras são três das seis empresas responsáveis pela construção dos 72 hospitais no interior do Maranhão. Cada uma delas trabalha na construção de 9 a 12 hospitais. O projeto está orçado em cerca de R$ 300 milhões.
Ao todo, as empreiteras doaram cerca de R$ 9 milhões para a campanha da peemedebista. Entre as principais doadoras está a Serveng Civilsan, que participa do consócio de construção da Refinaria Premium. A empresa doou R$ 1 milhão para o partido de Roseana Sarney.
Outras construtoras que fizeram doações significativas para o PMDB maranhense nesta campanha são a Queiróz Galvão S/A, Triunfo, Cápua, OAS e Camargo Correa. Elas doaram, respectivamente, R$ 900 mil, R$ 1 milhão, R$ 500 mil, R$ 370 mil e R$ 600 mil.
A Companhia de Distribuição Araguaia foi outra grande financiadora da campanha de Roseana Sarney. A empresa do Distrito Federal atua na venda de gêneros alimentícios. Ela ofereceu R$1,5 milhão em prol da reeleição da peemedebista. Em todo o Brasil, a empresa só deu apoio a dois candidatos: a governadora do Maranhão e o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), terceiro deputado mais votado no Rio Grande do Sul nestas eleições.
Entre as despesas de campanha, destacam-se gastos com divulgação. As empresas que mais forneceram serviços para a Roseana Sarney foram a Canal Comunicação e a Distribuidora BMK. A produtora, que também tem contrato com o Governo do Estado, foi a segunda maior fornecedora de campanha, faturando mais de R$ 1,5 milhão, de agosto a outubro. Nada comparado ao que recebeu a Distribuidora BMK, responsável pela distribuição de panfletos e realização de bandeiradas. Pelos serviços, a empresa faturou a vultuosa quantia de R$ 5.084.290,66. Destes, R$ 1,9 milhões foram recebidos de Roseana Sarney no último dia de campanha, dia 1º de outubro.
Não por acaso, um dos maiores doadores como pessoa física da campanha foi o proprietário da Distribuidora BMK, Bismarck S Guimarães, que deu à campanha de Roseana a quantia de R$ 70.000,00. Por estar em viagem, Bismarck não foi encontrado pela reportagem. A direção da empresa não quis comentar sobre o assunto. (Com informações de Oswaldo Viviane do JP e Francisco Bezerra de O Imparcial)
Blog do John Cutrim
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