A Vale vale o quê? Terça-feira, 24/05, importante reunião em São Luís, na Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão.
Buscava-se, mais uma vez, uma definição sobre como vai ficar a moradia de mais de trezentas famílias (cerca de mil e quinhentos seres humanos, cidadãos e cidadãs...) do infeliz “Pequiá de Baixo”, no Distrito Industrial do Pequiá, município de Açailândia-MA.
Mais de trezentas famílias que convivem a décadas engolindo garganta e pulmão adentro, a fumaça assassina das siderúrgicas produtoras de ferro gusa, entre outras desgraceiras do tipo.
Famílias que lá moravam, bem antes da ferrovia, bem antes da Vale (quando Valeriodoce, estatal), bem antes das siderúrgicas, tempos de água limpa, ar puro, silêncio quebrado pelas araras e jacus, e ao longe, mas audível, o ronco dos capelões...
Convocados/as pela Procuradora de Justiça Fátima Travassos, lá estavam representantes da associação de moradores, de entidades que solidarizam e apóiam sua justa e urgente causa (Federação Internacional de Direitos Humanos, Justiça Global, Justiça nos Trilhos, Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran, Sindicato dos Metalúrgicos), dos governos estadual do Maranhão e municipal de Açailândia,Defensoria Pública do Maranhão, Ministério Público Estadual, siderúrgicas (Sindicato da Indústria do Ferro)...
Faltou o grande vilão de toda a história: a poderosa Vale, maior mineradora do mundo... Com seu gigantismo, sua ganância, sua onipresença e onipotência,a Vale é o “Império do minério” (... da riqueza da nação brasileira, que ela está roubando todinha, no dizer de um velho ex-garimpeiro da Serra Pelada...).
O “Tio Sam” do ‘justiceiro’ Barack Obama, na presunção e arrogância de seu papel de ‘paladino mundial’, classificou como o “Império do Mal” nações como a Coréia do Norte, o Irã, Cuba, até a Venezuela de Chavez corre o risco de ser ‘enquadrada’, mas “Império do Mal” de verdade é a Vale...
A Vale, dona do ferro (e de tudo mais de Carajás), da ferrovia, exercendo monopólio privado sobre um riqueza nacional, é “ o mal” do Pequiá, de Açailândia, do Pará, de Minas Gerais e Espírito Santo, da Bahia e do Rio, do Corredor Carajás, da Mongólia, de Moçambique, do Canadá...
Seus lucros monumentais, seu crescimento ‘formidável’, que chega a orgulhar boa parte do povo, orgulho fruto de alienação e patriotismo distorcido, se dá à custa da exploração, da miséria, da humilhação de milhares e milhares de brasileiros e brasileiras encurralados pelo ‘progresso’...
Onde chega a Vale, e seu modelo predador de ‘progresso’, chega também a poluição do solo, da água, do ar, as doenças no povo, o abuso e a exploração sexual de Crianças e Adolescentes ( face nefasta da expansão da ferrovia, entre outras ‘grandes obras desenvolvimentistas’, como aqui em nossa região pré-amazônica maranhense...), o povo acidentado e mutilado, a violência, a morte...
A Vale não tá nem aí para a situação de morte em vida dessa gente do Pequiá de Baixo e do Assentamento Califórnia, apesar das ‘juras’ em contrário do seu novo presidente, que já começou mal, muito mal, não estando nem aí para a reunião de São Luís.
E com ‘a maior cara de pau’, a Vale também esnobe e olimpicamente, não tá nem aí para o “Relatório da Federação Internacional de Direitos Humanos, sobre os Impactos da indústria mineira e siderúrgica na população do Pequiá de Baixo e do Assentamento Califórnia”.
A seguir, a informação da Folha de São Paulo, sobre a reunião de São Luís, e a esnobada da Vale, que ‘tá se achando’, acima de tudo e de todos/as, da lei, do que estiver e vier...
Também sobre o “Termo de Ajuste”, divulgado pela “Justiça nos Trilhos”.
Buscava-se, mais uma vez, uma definição sobre como vai ficar a moradia de mais de trezentas famílias (cerca de mil e quinhentos seres humanos, cidadãos e cidadãs...) do infeliz “Pequiá de Baixo”, no Distrito Industrial do Pequiá, município de Açailândia-MA.
Mais de trezentas famílias que convivem a décadas engolindo garganta e pulmão adentro, a fumaça assassina das siderúrgicas produtoras de ferro gusa, entre outras desgraceiras do tipo.
Famílias que lá moravam, bem antes da ferrovia, bem antes da Vale (quando Valeriodoce, estatal), bem antes das siderúrgicas, tempos de água limpa, ar puro, silêncio quebrado pelas araras e jacus, e ao longe, mas audível, o ronco dos capelões...
Convocados/as pela Procuradora de Justiça Fátima Travassos, lá estavam representantes da associação de moradores, de entidades que solidarizam e apóiam sua justa e urgente causa (Federação Internacional de Direitos Humanos, Justiça Global, Justiça nos Trilhos, Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran, Sindicato dos Metalúrgicos), dos governos estadual do Maranhão e municipal de Açailândia,Defensoria Pública do Maranhão, Ministério Público Estadual, siderúrgicas (Sindicato da Indústria do Ferro)...
Faltou o grande vilão de toda a história: a poderosa Vale, maior mineradora do mundo... Com seu gigantismo, sua ganância, sua onipresença e onipotência,a Vale é o “Império do minério” (... da riqueza da nação brasileira, que ela está roubando todinha, no dizer de um velho ex-garimpeiro da Serra Pelada...).
O “Tio Sam” do ‘justiceiro’ Barack Obama, na presunção e arrogância de seu papel de ‘paladino mundial’, classificou como o “Império do Mal” nações como a Coréia do Norte, o Irã, Cuba, até a Venezuela de Chavez corre o risco de ser ‘enquadrada’, mas “Império do Mal” de verdade é a Vale...
A Vale, dona do ferro (e de tudo mais de Carajás), da ferrovia, exercendo monopólio privado sobre um riqueza nacional, é “ o mal” do Pequiá, de Açailândia, do Pará, de Minas Gerais e Espírito Santo, da Bahia e do Rio, do Corredor Carajás, da Mongólia, de Moçambique, do Canadá...
Seus lucros monumentais, seu crescimento ‘formidável’, que chega a orgulhar boa parte do povo, orgulho fruto de alienação e patriotismo distorcido, se dá à custa da exploração, da miséria, da humilhação de milhares e milhares de brasileiros e brasileiras encurralados pelo ‘progresso’...
Onde chega a Vale, e seu modelo predador de ‘progresso’, chega também a poluição do solo, da água, do ar, as doenças no povo, o abuso e a exploração sexual de Crianças e Adolescentes ( face nefasta da expansão da ferrovia, entre outras ‘grandes obras desenvolvimentistas’, como aqui em nossa região pré-amazônica maranhense...), o povo acidentado e mutilado, a violência, a morte...
A Vale não tá nem aí para a situação de morte em vida dessa gente do Pequiá de Baixo e do Assentamento Califórnia, apesar das ‘juras’ em contrário do seu novo presidente, que já começou mal, muito mal, não estando nem aí para a reunião de São Luís.
E com ‘a maior cara de pau’, a Vale também esnobe e olimpicamente, não tá nem aí para o “Relatório da Federação Internacional de Direitos Humanos, sobre os Impactos da indústria mineira e siderúrgica na população do Pequiá de Baixo e do Assentamento Califórnia”.
A seguir, a informação da Folha de São Paulo, sobre a reunião de São Luís, e a esnobada da Vale, que ‘tá se achando’, acima de tudo e de todos/as, da lei, do que estiver e vier...
Também sobre o “Termo de Ajuste”, divulgado pela “Justiça nos Trilhos”.
“Poluição de siderúrgicas provoca reassentamento de povoado no MA
24/05/2011
As cerca de 300 famílias que moram cercadas por cinco siderúrgicas e uma termoelétrica no povoado Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), conseguiram nesta terça-feira (24) um acordo para serem reassentadas em outra área.
Na semana passada, foi divulgado um estudo feito com moradores de Piquiá e do assentamento Califórnia, também em Açailândia, que mostrou que a poluição do ar e a fumaça constantes geradas por siderúrgicas e carvoarias provocava danos ao ambiente e à saúde de moradores.
Uma cópia do estudo, realizado pela ONG Justiça Global, FIDH (Federação Internacional de Direitos Humanos) e rede Justiça nos Trilhos, foi entregue ao Ministério Público do Maranhão.
Nesta terça, a procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, mediou um acordo entre os envolvidos. Na reunião, ficou acertado que a Prefeitura de Açailândia vai desapropriar uma área de 38 hectares escolhida pelos moradores para o reassentamento. A desapropriação será custeada pelo Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão, cujos representantes assinaram um termo se comprometendo a depositar R$ 400 mil em um prazo de 30 dias.
Segundo o sindicato, as siderúrgicas já haviam concordado em comprar a área para o reassentamento, mas os proprietários resistiam em vender a propriedade. Com a desapropriação, o processo de reassentamento deve avançar.
A mineradora Vale, que no estudo também foi responsabilizada pelos danos à comunidade, não enviou representante à reunião. A empresa explora o minério de ferro de Carajás, que é transformado em ferro gusa nas siderúrgicas.
O padre Dario Bossi, da rede Justiça nos Trilhos, que participou da reunião, disse que será feita uma recomendação ao governo do Estado para que faça as obras de infraestrutura do novo povoado.
Segundo Bossi, ainda não está definido quem irá pagar pela construção das novas casas nem se as famílias irão receber uma área para cultivo, já que 70% delas são de pequenos agricultores.
Sobre o assentamento Califórnia, que é atingido pela fumaça das carvoarias, a Secretaria de Meio Ambiente deverá fazer uma medição nas emissões de gases e apresentar um relatório.
'O estudo foi muito importante porque demonstrou com dados a situação dos dois povoados, com a distribuição das responsabilidades pelos problemas', disse Bossi.
Segundo o estudo, os moradores do povoado Piquiá de Baixo e do assentamento Califórnia sofrem de doenças respiratórias, problemas de visão e de pele provocadas pela poluição.
De acordo com o estudo, a maioria do entrevistados (56,5%) descreveu seu estado de saúde como sendo 'muito ruim' ou 'ruim'. Na média da população brasileira, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional de Domicílios) de 2008, essa percepção é de 3,8% dos entrevistados.
24/05/2011
As cerca de 300 famílias que moram cercadas por cinco siderúrgicas e uma termoelétrica no povoado Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), conseguiram nesta terça-feira (24) um acordo para serem reassentadas em outra área.
Na semana passada, foi divulgado um estudo feito com moradores de Piquiá e do assentamento Califórnia, também em Açailândia, que mostrou que a poluição do ar e a fumaça constantes geradas por siderúrgicas e carvoarias provocava danos ao ambiente e à saúde de moradores.
Uma cópia do estudo, realizado pela ONG Justiça Global, FIDH (Federação Internacional de Direitos Humanos) e rede Justiça nos Trilhos, foi entregue ao Ministério Público do Maranhão.
Nesta terça, a procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, mediou um acordo entre os envolvidos. Na reunião, ficou acertado que a Prefeitura de Açailândia vai desapropriar uma área de 38 hectares escolhida pelos moradores para o reassentamento. A desapropriação será custeada pelo Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão, cujos representantes assinaram um termo se comprometendo a depositar R$ 400 mil em um prazo de 30 dias.
Segundo o sindicato, as siderúrgicas já haviam concordado em comprar a área para o reassentamento, mas os proprietários resistiam em vender a propriedade. Com a desapropriação, o processo de reassentamento deve avançar.
A mineradora Vale, que no estudo também foi responsabilizada pelos danos à comunidade, não enviou representante à reunião. A empresa explora o minério de ferro de Carajás, que é transformado em ferro gusa nas siderúrgicas.
O padre Dario Bossi, da rede Justiça nos Trilhos, que participou da reunião, disse que será feita uma recomendação ao governo do Estado para que faça as obras de infraestrutura do novo povoado.
Segundo Bossi, ainda não está definido quem irá pagar pela construção das novas casas nem se as famílias irão receber uma área para cultivo, já que 70% delas são de pequenos agricultores.
Sobre o assentamento Califórnia, que é atingido pela fumaça das carvoarias, a Secretaria de Meio Ambiente deverá fazer uma medição nas emissões de gases e apresentar um relatório.
'O estudo foi muito importante porque demonstrou com dados a situação dos dois povoados, com a distribuição das responsabilidades pelos problemas', disse Bossi.
Segundo o estudo, os moradores do povoado Piquiá de Baixo e do assentamento Califórnia sofrem de doenças respiratórias, problemas de visão e de pele provocadas pela poluição.
De acordo com o estudo, a maioria do entrevistados (56,5%) descreveu seu estado de saúde como sendo 'muito ruim' ou 'ruim'. Na média da população brasileira, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional de Domicílios) de 2008, essa percepção é de 3,8% dos entrevistados.
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