O ato público realizado na manhã dessa segunda-feira (10) comemorou os 64 anos da Declaração Internacional dos Direitos Humanos
A manhã dessa segunda-feira (10) foi de comemoração para os moradores do bairro Piquiá de Baixo, os movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos humanos em Açailândia. A Associação Comunitária dos Moradores de Piquiá de Baixo, a Rede Justiça nos Trilhos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos realizaram um ato público para relembrar a promulgação da Declaração Internacional dos Direitos Humanos, há 64 anos.
A comemoração ocorreu no local que é símbolo das conquistas dos moradores do bairro Piquiá de Baixo: o terreno à beira da BR-222, atrás do posto da Polícia Federal, onde será construído o novo bairro para mais de 300 famílias serem reassentadas. A conquista é resultado da luta dos moradores por moradias dignas, saúde e bem-estar, direitos que há décadas não são assegurados por conta dos projetos de mineração e siderurgia na região.
“Essa terra é nossa, nós a conquistamos, é uma terra muito boa, plana, não tem desníveis entre uma parte e outra. Assim deve ser a comunidade que vai morar aqui: sem diferença de níveis, na igualdade, justiça e fraternidade”, relata o Missionário Comboniano Irmão Soffientini, membro da Rede Justiça nos Trilhos, entidade que acompanha e presta assessoria aos moradores de Piquiá de Baixo.
Para o Presidente da Associação Comunitária dos Moradores do bairro, Edvar Dantas, o sentimento é de felicidade pelo fato de ser uma realização que as famílias estão acompanhando de perto, tendo a certeza de que em breve poderão deixar a localidade na qual vivem hoje, onde há poluição, doenças e violação dos direitos humanos.
O ato público realizado na manhã de hoje foi a finalização de uma série de atividades desenvolvidas pelos moradores durante o final de semana. No sábado e no domingo, cerca de 150 pessoas estiveram reunidas com a assessoria técnica responsável pelo projeto urbanístico-habitacional do novo bairro, para planejar as características das moradias e dos lotes.
“Estamos trabalhando no processo participativo de construção do projeto com as famílias que serão as futuras usuárias das casas, para conhecer um pouco a realidade deles, as especificidades deles. Saber quais são as necessidades, quais são as expectativas que eles têm em relação às futuras moradias”, afirma Wagner Germano, arquiteto da assessoria técnica de projetação Usina CTAH.
O novo bairro está sendo planejado para atender as necessidades dos moradores, bem como garantir uma qualidade de vida para todos. Durante o ato público realizado no novo terreno foram plantadas mudas de árvores nativas, simbolizando vida para todas as gerações que hão de vir e para a cidade inteira. Já se prepara um espaço onde as pessoas e a natureza vivam em sintonia.
Rede Justiça nos Trilhos
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