Número de mortos em boate no RS é revisado para 234, diz instituto

Até segunda, total de mortes confirmadas em Santa Maria era de 231. Secretaria da Saúde estadual confirmou revisão de mortos em incêndio.

O Instituto Geral de Perícias informou nesta terça-feira (29) que o número total de mortos no incêndio em festa universitária na boate Kiss, em Santa Maria (RS), foi de 234, e não 231, como divulgado pelas autoridades até o momento. A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou a alteração. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre os novos números.

Segundo a chefe do Instituto Geral de Perícias em Santa Maria, Maria Angela Zuccheto, não foram registradas novas mortes desde o último domingo. De acordo com ela, o que houve foi um erro na contabilização dos números de mortos. "Foram 234 deste o começo. Não morreu mais ninguém. O que houve é que talvez a polícia não tenha computado esse número", disse a chefe do instituto.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do IGP em Porto Alegre disse que três corpos não foram numerados quando as vítimas ainda estavam no ginásio do Centro Municipal de Desportos, de Santa Maria. Dois deles não chegaram a ser encaminhados ao local, sendo levados diretamente ao Posto Médico Legal de Santa Maria, onde familiares fizeram o reconhecimento. Um terceiro estava no ginásio, mas também não recebeu a numeração.

De acordo com o Ministério da Saúde, em relatório divulgado pela manhã, outras 118 pessoas ainda estão internadas em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre. Destas, 75 se encontram em estado considerado crítico.

Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.

Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.

Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação. O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".

Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".


A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.

Iara LemosDo G1 RS

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