De A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
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As famílias
infelizes, por outro lado, sempre procuram defeitos, guardam ressentimento e
aparentemente nunca esquecem as ofensas passadas.
“Sim,
mas …”, começam dizendo os infelizes. “É, mas você não sabe o quanto ela
me magoou”, diz um deles. “Sei, mas você não sabe como ele é horrível”, replica
o outro.
Talvez ambos
estejam certos, talvez nenhum deles.
Há muitos
níveis de ofensa. Há muitos níveis de mágoa. Mas o que notamos é que tendemos a
justificar nossa raiva e satisfazer nossa consciência dizendo a nós mesmos que
quem condena nossas ações tem motivos intolerantes e egoístas, ao mesmo tempo
em que exaltamos nossos próprios motivos, alegando serem puros e inocentes.
O Cão do
Príncipe
Há uma antiga história galesa do Século XIII sobre um príncipe que
voltou para casa e encontrou seu cão com sangue escorrendo da boca. O homem
correu para dentro de casa e, horrorizado, viu que seu filhinho bebê havia
sumido e que o bercinho estava virado. Em sua ira, o príncipe sacou a própria
espada e matou o cão. Pouco depois, ouviu o choro do filho — o bebê estava
vivo! Ao lado do bebê jazia um lobo morto. O cão, na verdade, havia defendido o
filho do príncipe de um lobo assassino.
Embora essa história seja dramática, ilustra um princípio. Ela abre a
possibilidade de que a história que contamos a nós mesmos sobre o motivo pelo
qual as pessoas se comportam de certo modo nem sempre corresponde aos fatos —
às vezes nem sequer queremos conhecer os fatos. Preferimos sentir-nos
justificados em nossa raiva guardando rancor e ressentimento. Às vezes essa
mágoa pode durar meses ou anos. Às vezes pode durar a vida inteira.
Uma Família
Dividida
Um pai não
podia perdoar ao filho por ter saído do caminho que lhe fora ensinado. O rapaz,
que tinha amigos que o pai desaprovava, fizera muitas coisas contrárias à
vontade do pai. Isso criou um abismo que separava pai e filho, e assim que o
rapaz pôde, saiu de casa e nunca mais voltou. Eles raramente se falaram de
novo.
Será que o pai
se sentia justificado? Talvez.
Será que o
filho se sentia justificado? Talvez.
Tudo o que sei
é que aquela família ficou dividida e infeliz porque nem o pai nem o filho
conseguiam perdoar um ao outro. Não conseguiam esquecer as lembranças amargas
que tinham um do outro. Encheram o coração de raiva, em vez de amor e perdão.
Negaram a si mesmos a oportunidade de influenciar a vida do outro para o bem. A
divisão entre eles parecia tão profunda e ampla que os dois se tornaram
prisioneiros espirituais de sua própria ilha emocional.
Felizmente,
nosso amoroso e sábio Pai Eterno proveu os meios de sobrepujar aquele abismo de
orgulho. A grande e infinita Expiação é o ato supremo de perdão e
reconciliação. Sua magnitude transcende meu entendimento, mas do fundo do
coração e da alma presto testemunho de sua realidade e de seu poder infinito. O
Salvador Se ofereceu em resgate por nossos pecados. Graças a Ele alcançamos o
perdão.
Nenhuma Família É Perfeita
Nenhum de nós
está isento de pecados. Todos cometemos erros, inclusive você e eu. Todos fomos
magoados. Todos magoamos outras pessoas.
É por meio do
sacrifício do Salvador que podemos alcançar a exaltação e a vida eterna. Se
aceitarmos Seus caminhos e vencermos nosso orgulho, abrandando o coração,
podemos trazer reconciliação e perdão para nossa família e nossa vida pessoal.
Deus vai ajudar-nos a ser mais dispostos a perdoar, mais desejosos de caminhar
a segunda milha, de ser os primeiros a pedir desculpas mesmo que algo não tenha
sido culpa nossa, de deixar de lado antigos rancores e não mais os fomentar.
Demos graças a Deus, que entregou Seu Filho Unigênito, e ao Filho, que deu a
vida por nós.
Sentimos o amor de Deus por nós todos os dias. Não deveríamos ser
capazes de doar-nos um pouco mais ao próximo, conforme ensinado no tão
apreciado hino “Eu Devo Partilhar”?2 O
Senhor abriu-nos a porta para que sejamos perdoados. Não seria o certo deixar
de lado nosso próprio egoísmo e orgulho e começar a abrir essa abençoada porta
do perdão para aqueles contra quem guardamos ressentimento: sobretudo a todos
de nossa própria família?
No final, a felicidade não decorre da perfeição, mas da aplicação de
princípios divinos, mesmo em pequenos passos. A Primeira Presidência e o Quórum
dos Doze Apóstolos declararam: “A felicidade na vida familiar é mais provável
de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. O
casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os
princípios da fé, da oração, do arrependimento, do perdão, do
respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas
salutares”.3
O perdão foi
colocado bem no meio dessas verdades simples, encontradas no plano de
felicidade de nosso Pai Celestial. Como une princípios, o perdão une pessoas. É
uma chave, abre portas trancadas, é o início de um caminho sincero e uma das
melhores esperanças que temos para uma família feliz.
Que Deus nos
ajude a perdoar um pouco mais as pessoas de nossa família, uns aos outros e
talvez até a nós mesmos. Oro para que vivenciemos o perdão como algo
maravilhoso que a maioria das famílias felizes tem em comum.
Ensinar Usando Esta Mensagem
“Ao preparar cada aula, pergunte a si
mesmo como o princípio (…) é semelhante a algo por que seus familiares ou
amigos já tenham passado na própria vida” (Ensino, Não Há Maior Chamado,
2009, p. 171). Você pode convidar os membros da família a contar experiências
pessoais positivas que tiveram ou observaram relacionadas ao perdão. Discuta
essas experiências pessoais, salientando as bênçãos do perdão. Encerre
prestando testemunho da importância de perdoar uns aos outros.
Jovens
Oração e Paz
Lauren W.
Certa noite,
discuti com minha mãe e me senti muito mal. Por isso, decidi orar. Embora
estivesse de mau humor e não sentisse vontade de ser “espiritual”, sabia que a
oração me ajudaria a sentir-me mais feliz e menos briguenta. Depois que minha
mãe saiu do quarto, comecei a orar. “Querido Pai Celestial, venho perante Ti
hoje porque …”. Não. Abri os olhos e descruzei os braços. Aquilo não soava
bem. Tentei de novo. “Pai Celestial, preciso …”. Aquilo também soava
estranho. Senti Satanás me incentivar a desistir de orar pedindo ajuda ao Pai
Celestial.
De repente,
tive a inspiração de externar gratidão! Assim o fiz, e minha mente encheu-se de
pensamentos sobre todas as muitas coisas pelas quais podia agradecer ao Pai
Celestial. Quando terminei de agradecer a Ele, abordei o problema que
enfrentava.
Depois, senti
uma paz maravilhosa dentro de mim, o caloroso sentimento espiritual de saber
que o Pai Celestial e meus pais me amavam e de que eu era filha de Deus.
Consegui pedir perdão a minha mãe e aceitar o pedido de desculpas dela.
Crianças
O Perdão
Proporciona Felicidade
O Presidente
Uchtdorf ensinou que devemos perdoar nossos familiares. Veja como as escolhas
feitas por José e Ana afetam a família deles.
José e sua irmã
caçula Ana estão brincando juntos. Ana arranca um brinquedo da mão do José. O
que o José deve fazer?
José fica bravo com a Ana. Ana chora. A mãe do José o põe de castigo por
brigar com a irmã. José fica triste por ter feito uma má escolha.
José perdoa a Ana e procura outro brinquedo para brincar. Eles brincam juntos, felizes. A
mãe fica feliz ao ver que José foi bondoso com a irmã e manteve a paz na
família. José se sente feliz por ter decidido perdoar.
Mais tarde, o
José e a Ana precisam ajudar a mãe a preparar o jantar. José não ajuda. O que a
Ana deve fazer?
Ela reclama para a mãe. Ana reclama de ter que fazer o
trabalho sozinha. No jantar, todos estão infelizes por causa da discussão.
Ana perdoa o José e ajuda a preparar o jantar. A mãe fica grata pela ajuda da Ana. A
família fica feliz por jantarem juntos. Ana se sente bem por ter decidido
perdoar.
Como é que sua decisão de perdoar afeta a felicidade de sua família?
Saiba mais em: http://www.lds.org/?lang=por&country=br
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