Greve dos rodoviários entra no segundo dia em Imperatriz, MA

Categoria quer reajuste salarial de 20%; empresas alegam falta de verba.
Ao todo, seis cidades estariam sendo afetadas por paralisação.

A greve dos rodoviários em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, entra no segundo dia nesta quinta-feira (11). De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, somente 70% da frota foi paralisada e os outros 30% continuam em circulação, como determina a Lei. No entanto, a assessoria da empresa de ônibus disse ao G1 que a paralisação é de 100% dos coletivos. A categoria reivindica um reajuste salarial de 20%, mas as empresas Viação Brasileira do Leste (VBL) e Aparecida alegam não ter condições financeiras para arcar com as despesas.

"Nossa reivindicação é justa, porque aumentou o preço de tudo, da gasolina ao arroz e feijão, então precisamos que o dinheiro aumente também. O fim da greve só depende das empresas atenderem as nossas necessidades. Estamos manifestando ao lado da garagem dos ônibus e a 30% da frota está funcionando, porque não queremos prejudicar a população", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Imperatriz, Oliveira da Silva.

Porém, ao G1, a VBL afirmou que nenhum ônibus está circulando nas ruas de Imperatriz nesta quinta-feira (11) e que entrou com uma ação na Justiça para que, pelo menos, a quantidade mínima de coletivos volte a funcionar. "Depois que a Justiça determinar que os ônibus voltem a circular, nós podemos continuar a negociação. Essa conversa com os rodoviários já dura quase um mês e as empresas não têm condições financeiras para arcar com os custos dessas reivindicações. Até agora não houve proposta formal, porque não existe condições. Então, estamos pensando em alternativas para tentar resolver essa situação", argumentou.

Ainda segundo a VBL, uma das possíveis saídas, que ainda está sendo estudada, seria o aumento do valor da tarifa de ônibus de R$ 2,70 para R$ 2,90. "Uma das alternativas seria aumentar a passagem. Só assim teríamos condições de fazer alguma proposta. Mesmo assim, vamos continuar tentando pensar em outras alternativas", disse a assessoria da VBL. Em nota, a empresa confirmou que está tomando medidas jurídicas sobre a greve. Veja a nota na íntegra:

"A direção da empresa VBL, lamenta publicamente a paralisação ocorrida pelos sindicato dos motoristas do transporte coletivo de Imperatriz, nesta quarta feira (10), paralisação alheia a nossa vontade, e que está provocando um grande prejuízo a comunidade usuária do transporte coletivo.

A VBL informa ainda que, o não cumprimento da lei, com a permanência dos 30% da frota circulando é de total responsabilidade do sindicato da categoria, que agiu de forma a impedir a saída dos ônibus da garagem no inicio da manhã.

A empresa comunica a população, que está adotando todas as medidas inclusive jurídicas, para garantir a circulação de pelo menos 30% da frota como é previsto em lei, em caso de greve, até que se resolva o impasse.

A VBL reafirma que diante da situação, não há condições de cumprir a lista de reivindicações da categoria que solicita um reajuste salarial de 20%, bem como, apela as autoridades do município, para que fiscalize e combata o transporte irregular na cidade, que é responsável hoje, por uma evasão de cerca de 40% do número de passageiros do transporte regular. Causando assim, enormes prejuízos na operacionalização do transporte regular de passageiros em Imperatriz".

Reivindicações
De acordo com o documento elaborado pelo sindicato com as reivindicações, estão na pauta o reajuste salarial de 20%; reajuste de 100% do ticket alimentação, aumentando de R$ 200 para R$400; diária para almoço de R$15; colocação de ponto eletrônico na empresa e no terminal de integração; colocar cobradores em todos os coletivos (alguns ônibus possui bilhetagem eletrônica); pagamento efetivado no banco e em dia; e comprovante com os valores de prestação de contas do sistema de bilhetagem eletrônica com cópias para as empresas e empregados.

Primeiro dia de greve
Motoristas e cobradores de duas empresas de ônibus coletivo que operam em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, entraram em greve, por tempo indeterminado, na manhã desta quarta-feira (10). Cerca de 100 ônibus e 250 funcionários paralisaram as atividades para reivindicar reajuste de 20% nos salários e melhores condições de trabalho.

Além de Imperatriz, as empresas de ônibus atendem os municípios de João Lisboa, Senador La Rocque, Buritirana, Governador Edison Lobão, Ribamar Fiquene e Campestre.
 
Lucas VieiraDo G1 MA


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