Mais de dez roubos a banco com explosivos no Nordeste, em 2011

Na Paraíba, foram registrados sete casos. Em Pernambuco, três casos, e dois no Maranhão.
SÃO LUÍS – O Maranhão não é o único Estado a registrar ocorrências de roubos de agências bancárias com utilização de explosivos neste início de ano. A Paraíba, por exemplo, somente nesse início de 2011, já registrou sete casos de roubos com utilização de explosivos. Em Pernambuco, já aconteceram três casos nesses primeiros dias do ano.


“Essa uma nova modalidade de roubo implantada aqui no Maranhão. Nós não tínhamos esse tipo de ocorrência. Isso mostra que eles estão evitando confronto com a polícia, em função dos resultados que obtivemos no ano passado, com a prisão de quadrilhas, vários elementos foram tirados de circulação. Então, no intuito de evitar o confronto com a polícia, eles estão partindo para essa nova modalidade que já é amplamente utilizada em outros Estados do Nordeste”, afirma o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, durante entrevista à TV Mirante nesta segunda-feira (17).


Apesar da afirmação do secretário e de serem mais raros que em outros Estados do Nordeste, onde esse tipo de ação já acontece há alguns anos, esses não são os primeiros casos de roubo de agências bancárias com dinamite no Maranhão. Em fevereiro de 2008, por exemplo, a agência de São Domingos do Maranhão foi completamente destruída durante um assalto.


Muito semelhantes, as ações são feitas durante a madrugada. Os bandidos arrombam as agências bancárias ou postos bancários e explodem os caixas eletrônicos para levarem o dinheiro. Nos dois casos do Maranhão – em São Domingos do Maranhão, na sexta-feira (14), e em Zé Doca, na madrugada de domingo (16) – é possível ver o estrago feito pelos bandidos, que conseguiram fugir (veja a galeria de fotos ao final da matéria) .


Segundo o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, em entrevista ao JMTV 1ª Edição, da TV Mirante, nesta segunda-feira (17), é possível que os bandidos sejam de outros Estados do Nordeste devido ao sotaque percebido por algumas testemunhas. Já foram identificados, também, os carros utilizados nos dois roubos, por meio das imagens das câmeras de segurança das agências. O Serviço de Inteligência já confirma que as duas ações no Maranhão foram feitas pela mesma quadrilha.


Explosivos
Com a ocorrência desses roubos a bancos com a utilização de explosivos, a polícia chega a conclusão que roubos de dinamites, que aconteceram nos últimos meses de 2010, estejam diretamente ligados aos roubos. No Maranhão, a polícia já confirma que os explosivos usados em São Domingos e Zé Doca foram os roubados da empresa Gerodar em 22 de novembro do ano passado, em Capinzal do Norte. De acordo com o secretário Aluísio Mendes, a perícia faz a verificação dos explosivos através dos resíduos que ficaram nas agências e numeração.


Nos outros Estados do Nordeste, a situação não é diferente. Em 29 de dezembro de 2010, 250 Kg de dinamite também foram roubados de uma pedreira, no município de Messias (AL), na BR-316. E no início de janeiro, outros 250 Kg de dinamite foram roubados em uma pedreira de Maceió (AL).


Para o delegado Antônio Barros, gestor do Departamento de Repressão a Crimes Patrimoniais de Pernambuco, em entrevista ao G1, os ladrões descobriram esse “filão” e acreditam na facilidade de agir pela quantidade e exposição dos caixas eletrônicos pelas cidades do país.


De acordo com ele, em um relatório enviado pelo Banco do Brasil à polícia pernambucana, em 2010, foram registrados 52 arrombamentos com utilização de explosivos em todo o país. Em 2009, foram registrados apenas três casos.


Maranhão
Como já foi afirmado pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, esses dois casos de arrombamento com explosivos são os primeiros a serem registrados no Estado. De acordo com o levantamento do Sindicato dos Bancários, todas as 14 ações criminosas contra bancos registradas em 2010 foram de assalto, sendo cinco acompanhadas de sequestro. Em 2009, dos 27 registros, 24 foram assaltos, sendo dois acompanhados de sequestro, um apenas com sequestro e um arrombamento, mas sem a utilização de explosivos. “É necessário investir em Segurança Pública. Os bancos também têm que aumentar o investimento na segurança. Eles cobram alto pelos serviços e deveriam investir mais na segurança, em prédios mais vigiados, em equipamentos melhores. Esse tipo de ação já vem ocorrendo em Estados próximos há mais de seis meses, e é necessário encontrar uma maneira de evitar e estar preparado para este tipo de ação criminosa”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários Davi Sá Barros ao Imirante.


Matéria alterada às 17h06.
Roberta Gomes/ Imirante

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