É em casa que acontecem grande parte da violência sexual. Poucos casos são denunciados.
Crianças confusas
Segundo Vânia, apesar do trauma de ter sido abusada, cada criança reage ao fato de maneira diversa: "Cada caso é um caso. Ela pode ter um comportamento sexualizado precoce, masturbação compulsiva, não se sentir querida ou amada, achar que não pertence ao grupo infantil e isolar-se dos amiguinhos, sentir-se suja ou não apropriada. Pode, inclusive, sentir prazer e até vontade de continuar o abuso, para sentir mais proximidade, carinho ou atenção do abusador. São vários os lados da questão: há crianças que gostam, outras que sofrem. Mas nenhuma delas entende realmente o que está acontecendo".
Segundo Vânia, apesar do trauma de ter sido abusada, cada criança reage ao fato de maneira diversa: "Cada caso é um caso. Ela pode ter um comportamento sexualizado precoce, masturbação compulsiva, não se sentir querida ou amada, achar que não pertence ao grupo infantil e isolar-se dos amiguinhos, sentir-se suja ou não apropriada. Pode, inclusive, sentir prazer e até vontade de continuar o abuso, para sentir mais proximidade, carinho ou atenção do abusador. São vários os lados da questão: há crianças que gostam, outras que sofrem. Mas nenhuma delas entende realmente o que está acontecendo".
Algumas crianças, inclusive, continuam gostando do abusador, pois têm uma relação de parentesco com ele. Outras desenvolvem uma fobia muito grande de se aproximar dele e começam a apresentar reações físicas, como dor no corpo ou dor de barriga. Podem até pensar em suicídio, pois o trauma é muito forte. Até mesmo a maneira como a família reage diante da descoberta do abuso influi em seu comportamento. As marcas psicológicas perduram pelo resto da vida. "As conseqüências emocionais para a criança ou adolescente são bastante graves, tornando-as deprimidas, inseguras, com problemas sexuais ou de relacionamentos íntimos", afirma Mônica.
Como a maior parte dos casos não apresenta marcas nos órgãos sexuais, geralmente os exames de corpo de delito não detectam o abuso. Então, a melhor forma de descobrir como ele aconteceu é entrevistar todas as pessoas envolvidas: a criança, a família e o próprio abusador. A própria Abrapia tem um programa, o Sentinela, que avalia a criança/adolescente e a família, com o auxílio de profissionais capacitados. Segundo Vânia, não é nada fácil convencer a criança a falar. "É um trabalho que precisa ser feito com cuidado. É preciso ganhar a confiança da vítima para conseguir que ela conte o que ocorreu. Muitas preferem contar o abuso através de desenhos ou da representação do ato com bonecos que possuem a genitália e os orifícios aparentes", diz. Entretanto, há casos de abuso que nunca vêm à tona. Com isso, levam para a vida adulta problemas como frigidez, dificuldades de relacionamento afetivo ou necessidade de se aproximar sexualmente das pessoas para obter algum tipo de atenção.
Em família, o caso fica bem mais complicado. Há mães que sabem o que está acontecendo, mas não sabem o que fazer. Segundo Vânia, há as que acreditam na criança e procuram ajuda, inclusive se separando do abusador. E ainda existem as que não conseguem acreditar. "Elas acham que aquilo não é verdadeiro, pois a situação bate de frente com as suas questões de sexualidade", diz a psicóloga. Já as que nunca desconfiaram de nada, ao descobrirem o abuso, se sentem culpadas por não terem protegido a criança.
A recomendação é acreditar na versão da criança. "Se ela relata isso para alguém, a pessoa tem de acreditar nela e encaminhá-la ao Conselho Tutelar. Cada criança tem uma forma própria de revelar o abuso, mas é necessário acreditar nela. E, se for uma situação que lesionou órgãos sexuais, o melhor é levá-la a um hospital", recomenda Vânia Abreu.
Como a maior parte dos casos não apresenta marcas nos órgãos sexuais, geralmente os exames de corpo de delito não detectam o abuso. Então, a melhor forma de descobrir como ele aconteceu é entrevistar todas as pessoas envolvidas: a criança, a família e o próprio abusador. A própria Abrapia tem um programa, o Sentinela, que avalia a criança/adolescente e a família, com o auxílio de profissionais capacitados. Segundo Vânia, não é nada fácil convencer a criança a falar. "É um trabalho que precisa ser feito com cuidado. É preciso ganhar a confiança da vítima para conseguir que ela conte o que ocorreu. Muitas preferem contar o abuso através de desenhos ou da representação do ato com bonecos que possuem a genitália e os orifícios aparentes", diz. Entretanto, há casos de abuso que nunca vêm à tona. Com isso, levam para a vida adulta problemas como frigidez, dificuldades de relacionamento afetivo ou necessidade de se aproximar sexualmente das pessoas para obter algum tipo de atenção.
Em família, o caso fica bem mais complicado. Há mães que sabem o que está acontecendo, mas não sabem o que fazer. Segundo Vânia, há as que acreditam na criança e procuram ajuda, inclusive se separando do abusador. E ainda existem as que não conseguem acreditar. "Elas acham que aquilo não é verdadeiro, pois a situação bate de frente com as suas questões de sexualidade", diz a psicóloga. Já as que nunca desconfiaram de nada, ao descobrirem o abuso, se sentem culpadas por não terem protegido a criança.
A recomendação é acreditar na versão da criança. "Se ela relata isso para alguém, a pessoa tem de acreditar nela e encaminhá-la ao Conselho Tutelar. Cada criança tem uma forma própria de revelar o abuso, mas é necessário acreditar nela. E, se for uma situação que lesionou órgãos sexuais, o melhor é levá-la a um hospital", recomenda Vânia Abreu.
Como agir
Mas o que fazer quando se descobre um caso de abuso sexual dentro da família? O primeiro passo éprocurar pessoas especializadas no assunto - como psicólogos, psiquiatras e instituições de apoio à criança e ao adolescente. São pessoas capacitadas para lidar com o problema e que podem orientar a família a gerenciar melhor a situação. Outro passo importante é notificar o Conselho Tutelar da localidade, um hospital ou um posto de saúde, para buscar assistência à criança. "É preciso denunciar, pois o abuso sexual é crime. A criança ou o adolescente não é responsável pela violência que sofreu. Existe toda uma parte jurídica envolvida, devido à violação da criança e à responsabilidade penal do abusador. A família deve protegê-la e tirá-la das mãos de quem a abusou. Quanto mais cedo isso for feito, melhor", afirma Vânia. Mônica concorda. "É importante que se afaste a criança do local para sua própria proteção e que se busque, o mais rápido possível, a ajuda de um profissional especializado, para que este faça o encaminhamento da situação da melhor forma possível", recomenda.
por Anna Mocellin
Nenhum comentário