Só nos resta mesmo escrever... Ontem à noite, sábado, 18/06, pela undécima vez, fui procurado por familiares e pessoas ligadas ao caso da jovem, em torno dos dezenove, gestante de sete-oito meses (que teve outra criança, adotada), drogadita, doente, presa na Central de Custódia da Justiça em Açailândia-MA.
Buscavam um dos padres, que “as autoridades” não estavam dando jeito, só diziam que “tudo estava bem”...
A jovem gestante, drogadita e doente, presa, teria passado bem mal o dia, vomitando muito, as presas a rejeitavam fortemente, ela pedia comida...
O advogado já teria pedido sua liberdade, estavam aguardando para esses dias... O Conselho Tutelar, na sexta-feira, 17/06, afirmou que tanto a Central de Custódia como a Secretaria de Saúde garantiam que tudo estava “sob controle”, ela teria uma consulta para dia cinco ou sete (de julho...).
Mas pelas suas condições físicas, e pelas doenças que têm, que já podem ter contaminado o bebê, deveria merecer assistência e tratamento de acordos com protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Isso sem contar outro magote de leis,normas, regulamentos, portarias, que determinam essa assistência e tratamento, com prioridade...
Uma familiar, desesperada, nos disse que “ela não está falando coisa com coisa, tá muito mal...”.
Muito pior é que caso de uma família toda que vem a anos e anos passando por um processo de lenta, segura e gradual destruição, diante da impotência (ou do descaso e da negligência) dos serviços e das autoridades que lhe deveriam assistir (assistência social, educação, saúde, trabalho-emprego-renda, polícia, ministério público, judiciário, etc., etc).
Mas muito pior ainda é que está sendo gerada, nessas condições aviltantes e humilhantes, mais uma criança, certamente relegada ao abandono materno e familiar, como tantas outras, hoje sob acolhimento institucional ou colocadas em outras famílias.
É, resta mesmo procurar o padre...
(A imagem, nada tem a ver com o informe. Lembra apenas como deveria ser o tratamento a seres humanos, cidadãs nessa situação...)
Por Eduardo Hirata
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