O ex-presidente Lula dizia ter recebido uma herança
maldita de Fernando Henrique Cardoso. O que ele diria se recebesse o governo de
Roseana Sarney, aqui no Maranhão, depois de 12 anos de governo dela?
Nem avalio, mas certamente seria impublicável.
O que diria se recebesse o estado sem ensino médio
em 159 municípios?
O que diria se recebesse o estado com a maioria de
seus municípios, inclusive a capital, sem abastecimento de água? Sobretudo
considerando que São Luís já teve um dos melhores serviços de abastecimento de
água entre todas as capitais do país?
O que diria se soubesse que todas as praias da
capital estão poluídas porque não existe sistema de tratamento de esgoto
funcionando e nem as duas estações de tratamento existentes funcionam mais?
O que diria se a antes penúltima capital menos
violenta do Brasil, conforme estatísticas da década de 2000, se transformasse
na quinta mais violenta capital do país dez anos depois e hoje caminha para
ficar entre as primeiríssimas, tal o avanço galopante do numero de crimes
violentos e com mortes, que chegaram a quase 750 em 2012, muito mais que o
recorde de 2011?
O que diria se soubesse que agora os jornalistas e
repórteres não podem mais ter acesso aos livros de registro de mortes do IML e
que agora só terão acesso a informações do próprio governo por intermédio de
dados que serão disponibilidades na internet? Será que estão pretendendo
apresentar estatísticas mais convenientes ao governo, diminuindo
artificialmente os números e fazendo crer que a violência diminuiu?
O que diria se soubesse que o contingente da
Polícia Militar é menor a cada mês, pois cerca de 38 policiais militares se
aposentam no período e o governo não contrata novos policiais para recuperar a
força policial? Que hoje o Maranhão já está muito aquém do número de policiais
por habitantes recomendados e que isso ajuda a explicar o grande número de
crimes de todos os tipos que acontecem diariamente, apavorando a população?
O que diria do fato dos hospitais do estado
fechados em São Luís, como o Pan Diamante, e do desperdício de tantos elefantes
brancos construídos sem nenhum critério em pequenos municípios, alguns até com
helipontos, como mostrou o Profissão Repórter da Rede Globo, e grande parte
deles às moscas pela política destrambelhada adotada pelo governo e
notabilizada pela ausência de racionalidade e finalidade?
O que diria da tragédia do sistema público de
educação do estado, que não consegue cumprir metas estipuladas como mínimas
para serem alcançadas ano a ano e que a pior escola do país é do estado? E
nenhuma entre as 300 melhores?
O que diria dos 72 por cento de analfabetos
funcionais, índice que não permite ao estado quebrar as amarras da pobreza
crônica?
O que diria do estado se notabilizar pelo fato da
taxa de escolaridade de cerca de 6,3 anos que detém ser a menor do país?
O que diria do fato de sermos o estado com a maior
taxa de analfabetismo do país, título nefasto que o Maranhão oligárquico
ostenta?
O que diria se soubesse que o Maranhão, mesmo com
toda a potencialidade e exuberância do estado, tem a menor renda per capita do
país, que é de R$ 6.888,60, equivalente a 36 por cento da renda per capita nacional e 72 por cento da
nordestina? E que esse valor é equivalente a apenas 1,1 salário mínimo?
O que diria se soubesse que somente 23 municípios
do estado, onde vivem 1.710.256 habitantes, têm renda maior que a média estadual, entre eles a capital, e que
194 municípios com 4.859.397 habitantes têm renda per capita abaixo da média
estadual? E que o valor da renda per capita dessa população é de apenas R$
4.137,97, equivalente a 68 por cento do salário mínimo e 60 por cento da renda
média do estado?
E o que diria se soubesse que 121 dos 194 municípios
que estão abaixo da média estadual, a renda per capita é ainda menor, não
chegando a 3 mil reais?
E para concluir, o que diria se soubesse que 3
milhões de pessoas, equivalentes a 44,8 por cento da população do estado, estão
classificadas como socialmente excluídas?
Eu não sei o que Lula diria, mas sei que Roseana
Sarney, a governadora do estado, não diz nada e nem faz nada contra a
calamidade que sua administração está legando ao estado.
E você, o que diria?
Por José Reinaldo
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