Acusado é deficiente visual e dava aula para crianças entre 7 e 11 anos. Ele foi condenado pela Justiça de Mato Grosso a 36 anos de prisão.
A Justiça de Mato Grosso condenou um professor deficiente visual acusado de abusar sexualmente de 18 alunos com idades entre 7 e 11 anos em uma escola municipal de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. A decisão foi publicada na última quinta-feira (1), mas só foi divulgada nesta terça-feira (7).
Segundo consta dos autos do processo, ele levava as crianças para a sua casa e exibia filmes e músicas com conteúdo erótico. De acordo com a decisão do juiz Jorge Luiz Tadeu, da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, o professor Mário Felipe Bach foi condenado a 36 anos de prisão, o que corresponde a pena máxima. Isso porque, segundo a decisão, além da pena mínima, que era de 8 anos de reclusão, também foi aplicada uma pena diferente, que corresponde à cada criança vítima dos abusos.
O advogado do professor afirmou em entrevista ao G1 que não concordou com a sentença proferida pela Justiça contra o seu cliente. “Entendo que a pena foi desproporcional, já que ele é réu primário, não tem nada que ele possa ameaçar outras pessoas e o crime foi uma coisa isolada na vida dele”, explicou Jesuíno de Farias, que salientou que deverá recorrer da decisão.
Em 2009 quando foi preso após denúncias, o professor conseguiu um habeas corpus para aguardar o julgamento em liberdade. Em janeiro do ano passado, um novo mandado de prisão foi expedido e desde então ele é considerado foragido pela polícia.
Por não ter se entregado após o pedido de prisão, o juiz ordenou ainda que, o acusado poderá recorrer da sentença apenas depois que estiver preso. “Para apelar, o acusado deverá se recolher à prisão e aguardar o julgamento do eventual recurso”, diz a decisão. Ainda segundo o advogado do professor, antes de ingressar com o recurso, ele deverá entrar com um pedido de revogação dos dois mandados de prisão que estão em aberto contra seu cliente.
Entenda o caso
Os pais dos alunos começaram a desconfiar dos abusos cometidos pelo professor de música depois que a mãe de uma das crianças ouviu a filha contando o ocorrido a uma colega de escola e gravou a conversa pelo celular. Uma reunião entre pais, professores e alunos foi feita e aos poucos as crianças foram contando o que o professor de música fazia em sala e na casa dele.
As suspeitas aumentaram com a riqueza de detalhes com que as crianças contavam as histórias. Segundo as crianças, ele oferecia dinheiro para manter o silêncio das vítimas e quando eram levadas para a casa do professor, ele exibia filmes e músicas de conteúdo erótico.
As crianças com idades entre 07 e 11 anos fizeram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Na época o laudo apontou que não houve penetração em nenhuma das crianças. Mesmo com o resultado do laudo, o processo continuou com base na força e nos detalhes dos depoimentos das crianças.
Iara VilelaDo G1 MT
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