Em poucos dias, a ONG Greenpeace conseguiu duas audiências importantes
sobre as irregularidades na cadeia de produção do ferro gusa: uma no dia 24 de
maio com a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, outra no dia 29
de maio com o Governo do estado do Maranhão, a empresa Viena Siderúrgica, o
Sindicato patronal das empresas de ferro gusa do Maranhão, MPF e MPE.
Na reportagem divulgada pela TV Mirante/Globo sobre essa última reunião,
o Deputado Sarney Filho (PV-MA), Presidente da Comissão, afirmou que pretende
discutir os dados apresentados no relatório “Carvoaria Amazônia”, que comprovam
que a produção de ferro gusa na Amazônia está deixando um rastro de
desmatamento, trabalho escravo e desrespeito a povos indígenas.
“Essas informações são muito preocupantes, tanto pela degradação
ambiental das áreas protegidas da região, quanto pelas péssimas condições de
trabalho da população envolvida na produção do carvão que abastece as siderúrgicas
que utilizam essa matéria prima”, afirmou Sarney Filho.
Para a audiência foram convocados representantes do Ibama, da Secretaria
de Meio Ambiente e do MPF do Maranhão, além representantes da Funai, de
siderúrgicas, do Imazon e do Greenpeace. O MPF do Maranhão já declarou, na
semana passada, que vai abrir inquérito para investigar os dados.
Apesar da derrota do Código Florestal no Congresso, os legisladores
parecem não ter abandonado de vez a causa florestal. No último dia 30 de março,
o Projeto de Lei N° 317 de 2011, que proíbe a utilização de carvão vegetal
produzido com matéria-prima extraída de mata nativa, obteve parecer favorável
do relator na Comissão de Meio Ambiente, deputado Bernardo Santana de
Vasconcellos.
Agora, resta saber o que dirão as demais esferas do governo e as
empresas do setor siderúrgico sobre o caso.
Justiça
nos Trilhos
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