Vereadores eleitos chegaram a investir até R$ 400 mil para se elegerem, diz TRE-MA

Prestações de contas feitas ao TRE-MA mostram que candidatos chegaram a investir mais de R$100 para conquistar um voto. Gasto total dos 31 eleitos ultrapassou os R$3,5 milhões. 

Professor Lisboa diz que investiu  apenas R$624 dos R$18 mil gastos, o resto do financiamento de sua campanha veio de doaçõesDepois de passado os 30 dias após as eleições do primeiro turno, chegou a hora de prestar contas com a Justiça Eleitoral. Os 31 candidatos a vereadores eleitos para a Câmara Municipal declararam seus gastos, estando aptos dessa forma a serem diplomados no próximo dia 18 de dezembro. Na contabilidade dos vitoriosos um gasto de mais de R$3,5 milhões, o que corresponde a um gasto médio de R$23,91 por voto.

Na declaração obrigatória realizada junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão no último dia 7 de novembro, vereadores eleitos mostraram um gasto bem abaixo do que acreditam os eleitores. Entre os parlamentares que vão assumir uma vaga na Câmara Municipal de São Luís, a partir de 2013, o que mais gastou com a campanha eleitoral segundo o TRE-MA foi Sérgio Frota (PSDB), totalizando R$472.683,32. Na contramão do tucano, Ricardo Diniz (PHS) gastou apenas R$15.750, considerado o menor valor entre os eleitos.

Em contato com o presidente do Sampaio para saber se o orçamento declarado estava dentro da realidade, Sérgio Frota respondeu com surpresa em relação ao título conquistado de maior gastador. “Sinceramente estou surpreso, afinal sabemos que temos candidato por aí que gastou R$2 e R$3 milhões, o meu gasto foi real, não tive boca de urna, declarei exatamente o que gastei e talvez por ter sido o único honesto, fiquei como o que mais gastou”, declarou.

Procurado pela equipe de O Imparcial, Victor Hugo, chefe de cartório da 1ª zona eleitoral do TRE-MA, responsável pela declaração de contas de todos os candidatos de São Luís, ele revelou: “essa contabilidade é uma projeção feita pelos vereadores, é muito difícil dizer que esse é o gasto real de cada candidato, afinal não temos controlar a saída e entrada de dinheiro na campanha”.

Sérgio Frota afirma estar supreso ao ser colocado como o campeão de gastos

Questionado sobre a realidade nos valores declarados, o técnico da Justiça Eleitoral afirmou “candidatos podem fazer ‘caixa 2’ em suas campanhas e isso não tem como ser percebido”. O chefe do cartório da 1ª zona admite uma grande dificuldade em fiscalizar as contas dos candidatos, mas diz que existe um avanço com essa exigência e divulgação da prestação de contas, “o candidato é obrigado a declarar, caso contrário ele não será diplomado no dia 18 de dezembro”, finaliza.

Entre os que gastaram menos, o Professor Lisboa, eleito com 2903 votos pelo partido PC do B, revela, “o meu gasto foi de apenas R$624, o resto partiu de doações de pessoas que acreditam que eu posso fazer um mandato decente”. O comunista eleito pela primeira vez para um cargo público declarou ter gastado R$18.104. O vereador eleito vai além, “é dessa forma que podemos construir uma nova forma de fazer política, onerando menos os cofres públicos”.

Apesar de ter dito que tirou menos de R$1000 do próprio bolso para se eleger, no comparativo de valor investido na campanha eleitoral, o campeão na relação custo benefício é o Ricardo Diniz, o que desembolsou a menor quantia para ser eleito. Com o pouco mais de R$15 mil investidos e com os 2987 votos conquistados, o humanista conquistou um voto a cada R$5,27 investidos.


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