“14 DE DEZEMBRO: MENINO ELSON, DO ASSENTAMENTO PLANALTO I, ESTÁ DESAPARECIDO (OU FOI ASSASSINADO?) A UM ANO!”

Completa um ano, neste dia 14 de dezembro de 2010, terça-feira, o desaparecimento ( ou o assassinato?) do menino ELSON, nove anos de idade, pessoa com deficiência.

Desde então, seus pais e boa parte da comunidade do Assentamento Planalto I, cerca de sessenta quilômetros de Açailândia, vivem a agonia da incerteza, o sentimento de perda, a dor de uma ausência forçada!

ELSON era um menino, embora sua deficiência, alegre, despachado, comunicativo, conhecido e bem dado com quase toda comunidade.

Sim, quase toda, pois um homem não ia muito com o jeito desinibido do menino, e a ele e seu filho recaíram as suspeitas maiores pelo desaparecimento de ELSON. Pai e filho chegaram a ser presos, por um mês, mas liberados por falta de provas.

Aliás, a Polícia Civil e a Promotoria de Justiça arquivaram o caso, embora admitindo que diante de novos elementos, poderia ser reaberto.

A família de ELSON e boa parte da comunidade solidária a ela, acham que o pai foi o mentor intelectual do assassinato do menino, para “encobrir” abuso sexual continuado que o filho teria cometido, e prestes a ser revelado por ELSON.

Teve mais: a filha e irmã dos suspeitos, uma mãe e gestante adolescente, denunciou ambos, por escrito, e chegou a ser acolhida institucionalmente, por ação do Conselho Tutelar, com seu filhinho, sobretudo por razões de segurança. 

Depois de alguns dias, com o filho e o companheiro, também testemunha presumidamente ameaçada, providenciou-se sua retirada para outro município, distante, não sem antes breve e temerário retorno ao Assentamento, contra todas as regras de prevenção de segurança!

Teve mais: desde o início, quando as suspeitas da família e de boa parte da comunidade do Assentamento Planalto I caíram sobre o pai e o filho, estes foram ostensivamente defendidos pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Açailândia, o que deixou o Assentamento ainda mais dividido e estressado.

Afinal, não se entendia a defesa ardorosa dos suspeitos e nenhuma atitude pela família de ELSON, sequer solidariedade, consolo!

Quando foram liberados pela justiça, inclusive, passaram os primeiros dias acolhidos pelo Sindicato, que providenciou também sua remoção para outro local (Acampamento João do Vale).

Enquanto tudo isso acontecia, as “buscas” ao menino ELSON por parte da polícia não davam, como não deram, em nada. Família e boa parte da comunidade consideram que a polícia e o corpo de bombeiros de Imperatriz, presente logo no início, poderiam ter feito muito mais, e achado qualquer coisa evidente, contundente, conclusiva: limitaram-se a três ou quatro “visitas”, de poucos minutos em poucos lugares e com pouca ênfase...

Pai e mãe do menino, assim como um tio, fizeram de tudo, correram atrás, com ajuda de parte da comunidade. Foram à tevê, ao rádio, saiu matéria no “Jornal do Maranhão/Açai Folha”, os blogs locais.

Participaram de alguns eventos ligados aos Direitos Humanos,para denunciar, apelar por justiça, o que significa saber uma resposta:está vivo? está morto? se vivo, onde, como, por quê? se morto, para dar-lhe sepultura digna.

Por último, outro martírio: um adolescente com deficiência apareceu em Cidelândia, poderia ser ELSON, chamou-se o pai, mas nada tinha ver...

14 de dezembro, um ano do desaparecimento (assassinato?) do menino ELSON, menino com deficiência mental, que morava, vivia, brincava, no Assentamento Planalto I. A família, boa parte da comunidade perderam ELSON, completam um ano sem o menino ELSON! 

Nenhuma resposta, o “caso” arquivado. E a vida continua, também para o pai, a mãe, os irmãozinhos do menino ELSON, e boa parte da comunidade! Vida injusta, quase conformada, baqueada pela impunidade, a necessidade de seguir vivendo,embora tanta coisa ruim!...

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