A estimativa faz parte dos dados coletados pelo Censo 2010
Quatro em cada dez brasileiros que vivem na miséria são crianças de até 14 anos, aponta o Censo 2010. Uma das causas é a maior natalidade nas famílias mais pobres, decorrente da falta de planejamento familiar e até de machismo, dizem especialistas ouvidos pelo jornal “Folha de São Paulo”.
A falta de acesso a serviços básicos, como o registro de nascimento em cartório, acentua a exclusão. Segundo linha definida pelo governo federal, são extremamente pobres as famílias cujo ganho mensal é de até R$ 70 por pessoa. Nas mais numerosas, em que a renda é dividida por mais pessoas, o ganho per capita tende a ser menor.
Como essas famílias em geral não têm acesso a planejamento familiar e métodos contraceptivos, pela falta de serviços públicos, a natalidade é maior, diz Myrian Veras Baptista, professora de serviço social da PUC-SP.
Patrícia Grossi, professora da pós-graduação em serviço social na PUC-RS, coloca o machismo na equação. Ela afirma que ainda há no país muitos homens que não deixam a mulher utilizar métodos anticoncepcionais. "O marido ou companheiro quer ter vários filhos para 'provar' que é homem", diz.
A falta de bons serviços públicos de educação e saúde contribui para a transmissão da pobreza de geração a geração. Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, lembra que pobreza não se define só pela renda, mas também pelo acesso a direitos como saúde e educação.
Grossi considera que programas de transferência de renda como o “Bolsa Família” são importantes, mas não suficientes. Ela defende mais vagas em creches e investimento em educação infantil para quebrar o ciclo de transmissão da pobreza.
Com o Plano “Brasil sem Miséria”, plano lançado no mês passado, o governo federal ampliou de três para cinco o limite de filhos que podem ser incluídos no “Bolsa Família”. A estimativa oficial é que 1,3 milhão de crianças de até 15 anos sejam beneficiadas.
(Fonte: Rede ANDI Brasil - Brasília (DF), com informações do Jornal Folha de São Paulo - 27/07/2011, citados pelo Portal PróMenino)
• Em Açailândia do Maranhão, a questão é pragmaticamente perceptível pelo quantitativo de Crianças e Adolescentes em situação de trabalho infantil, nas ruas, calçadas, avenidas, praças, feiras, mercado.
• Embora a maioria quase absoluta pertençam a famílias do programa “Bolsa Família”, reconheça-se que boa parte desta maioria não tem renda suficiente para mantença digna, o que “empurra” Crianças e Adolescentes para o trabalho. Só que ele, não só pelas condicionalidades do “Bolsa Familia”, mas pela Lei, é proibido...
• A miséria é constatada nas ”pontas de rua”, não só das periferias, mas de bairros centrais, urbanos, bem como na maioria dos assentamentos, acampamentos, centros do nosso esquecido interior, e seus “magotes” de Crianças...
• Investir pesada e seriamente em educação, saúde, planejamento familiar, geração de emprego e renda, e para o interior do município, além de tudo isso, programas de ampliação e fortalecimento da agricultura familiar, para se contropor ao “esvaziamento do campo”, no rastro do “deserto verde” (florestas para produção de carvão e papel) e da pecuária extensiva, são algumas das saídas e que,aliás , fazem parte do plano “Brasil sem Miséria”...
• Açailândia não será uma das futuras vinte metrópoles regionais brasileiras, conforme a revista Veja, caso não “enfrente e vença” a miséria, que afeta boa parte de sua população, sobretudo milhares de Crianças e Adolescentes que estão tendo castradas oportunidades e possibilidades no quadro social atual.
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