Mubarak e filhos se declaram inocentes em julgamento no Cairo

Ex-ditador é acusado de corrupção, abuso de poder e mortes no país. Partidários e opositores trocaram pedradas em frente ao local da audiência.

O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e seus filhos Alaa e Gamal, acusados de envolvimento na morte de manifestantes e de corrupção, se declararam inocentes no Tribunal Penal do Cairo que começou a julgá-los nesta quarta-feira (3).

"Nego completamente as acusações", declarou Mubarak, que compareceu ao tribunal em uma maca, antes que seus filhos tomassem a palavra para rejeitar as acusações.

O julgamento começou por volta 5h15 (horário de Brasília). O ex-líder chegou à Academia de Polícia do Cairo cerca de duas horas antes, de maca, em meio a protestos e confrontos entre seus partidários e opositores.

Mubarak é julgado juntamente com dois de seus filhos, Alá e Gamal. Ele é acusado de corrupção, abuso de poder e da morte de centenas de pessoas durante a revolta que pôs fim a seu mandato, ao qual renunciou em 11 de fevereiro após 18 dias de protestos no país.

O ex-líder egípcio entrou no prédio depois de deixar uma ambulância. Seu traslado teve início em um helicóptero que decolou da localidade de Sharm el-Sheikh, junto a costa do Mar Vermelho, onde estava internado desde 13 de abril.

Os advogados do ex-presidente insistem que Mubarak, de 83 anos, está muito doente.

Estão sendo processados ainda o empresário Hussein Salem, detido na Espanha, o ex-ministro do Interior Habib al Adli e seis de seus assessores, que também serão julgados por planejar ataques contra os manifestantes em Janeiro.

Pedradas

Um enorme contingente policial em torno do complexo não evitou confronto entre partidários e seguidores do ex-líder. Há registros de confusões e pedradas entre os grupos rivais. O clima é tenso no bairro de Tagamo James, no leste da cidade.

Um fotógrafo ensanguentado por ter um corte na cabeça foi levado pela polícia para ser atendido pelos serviços médicos antes do início do julgamento.

Cerca de 3 mil homens, entre policiais e soldados, montaram cordões de isolamento para dificultar o acesso de partidários e oposicionistas a Mubarak.

Relatos indicam que as forças de segurança deram tiros de advertência na praça Tahrir, no centro da cidade, para dispersar manifestantes. O local foi palco dos protestos populares que levaram Mubarak a renunciar.

Jaula

Uma jaula foi construída para os réus. Cerca de 600 pessoas devem assistir ao julgamento.
Mubarak renunciou em 11 de fevereiro, depois de 18 dias de protestos populares na praça Tahrir, nos quais cerca de 850 pessoas foram mortas.
 
Do G1, com agências internacionais *

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