A um ano, Açailândia perdia Carmen Marchezini

(Mas a um ano um nosso anjo está nos céus...)

Foi um final de 2010, e um começo de 2011, muito triste para milhares de açailandenses. Maria do Carmo Cripriano Marchezini, a “Carmen”, a Carmen da Saúde, a Carmen do Prosad, a Carmen do Conselho,foi levada para junto de Nossa Senhora de Fátima, que tanto amava.

Vítima de acidente de trânsito, da irresponsabilidade de um motorista, desses muitos que não estão nem aí para a Vida, para os Direitos, para a dignidade humana.

E esse ano que passou demonstrou como ela nos faz falta...

Reproduzimos a seguir, com algumas correções, postagem que fizemos na época do terrível desenlace de nossa “Carmen Marchesini”:

“Um motorista com suspeita de estar embriagado teria invadido a contramão na avenida Francisco Loup e colidido de frente com um carro que vinha no sentido contrário. Duas pessoas ficaram feridas e uma faleceu.

O acidente foi por volta das 9h40, na altura do Km 156 da rodovia Rio-Santos (SP-55). Segundo testemunhas, o motorista de um veículo Corsa Sedan, A.S.S., 28 anos, trafegava a mais de 100 quilômetros por hora quando atingiu o carro Polo, onde estava a condutora Maria do Carmo Cipriano Marchezine, 51 anos e sua filha Kayra Cipriano Marchezine, 17 anos, ambas moradoras no Maranhão.

Com o impacto, o Pólo foi arremessado sobre a calçada, atingido uma residência. Já o Corsa ficou atravessado na pista. As vítimas foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), base de Maresias, da ambulância do Pronto-Atendimento (PA) de Boiçucanga e da Unidade de Resgate e Salvamento Aquático (Ursa), do Salvamar Paulista.

Todas as vítimas foram levadas para o PA de Boiçucanga, sendo que a condutora morreu pouco depois de dar entrada. A.S.S., morador na Costa Sul de São Sebastião, teve fratura bilateral do fêmur. A Polícia Civil de Boiçucanga vai investigar as causas do acidente após receber o laudo da perícia no local.

Fonte: Jornal Imprensa Livre e Maria Cirino, 31/12/2010)“

Meu comentário:

Carmen Marchezini ocupava a representação titular da Secretaria Municipal de Saúde de Açailândia-MA., junto ao COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia-MA, no qual já contava com sete anos, não consecutivos, como titular.

Coordenava o PROSAD- Programa de Saúde do Adolescente, e iniciava a ação “Caderneta de Saúde do Adolescente- Menino/Menina”.

Foi professora, desde final dos anos oitenta, no antigo CENEC-Cenecista, tornou-se uma lenda no “Maria Izabel Cafeteira”, ensino médio estadual, ministrava cursos pelo SENAC e pelo SEBRAE, contribuiu para a organização classista do professorado e dos/as servidores municipais (APA, ASSEMA, SINTRASEMA).

Católica Apostólica Romana, devota de Nossa Senhora de Fátima, procurava não faltar ás celebrações de todo dia 13, ao meio-dia, na Igreja São Francisco de Assis.

Simpática, comunicativa, sociável, de fácil e agradável trato. Tinha uma facilidade imensa de interagir com adolescentes, seu xodó, que adoravam suas palestras e suas tiradas, sempre bem humoradas, com uma pitadinha apimentada...

Tive a felicidade e a honra de partilhar seu convívio por praticamente duas décadas e meia,militando na educação, na saúde, no associativismo e sindicalismo, nos Direitos de Crianças e Adolescentes.

De uma solidariedade genuína, de vez em quando aparecia com produtos, sempre bons e novos em folha, material escolar, roupas, para doar: “... toma, magrelo (era assim que carinhosamente me tratava...), veja uma família ou criança para dar...”.

Lógico que como todo ser humano, tinha lá seus senões, comportamentais e ideológicos que eram motivos de “encrencas” entre nós, mas muito mais por minha culpa, radical e intransigente.

Marcou em definitivo não só minha vida, mas a de centenas e centenas de estudantes, colegas de trabalho, gente que às centenas acorreram ao Salão Paroquial da Igreja Matriz São Francisco de Assis, para o cerimonial de despedida, desde a noite da quinta-feira,30/12/2010.

Uma derradeira lembrança que me fica dessa Carmen admirável: não ficou para o jantar de confraternização de final de ano do Conselho, do “amigo secreto” e da troca de presentes, mas deixou seus convites e presentes para meus filhos, com uma amiga, determinand0-lhe: “... diz pro magrelo que ele ta intimado a levar os seus meninos pro jantar...”. Meus filhos, Denzel Sol e Eduardo Kaway, foram, sim, Carmen, e com que alegria receberam as camisas com que os presenteou...

Comentário de Eduardo Hirata

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