Na maior cidade brasileira, a “Paulicéia Desvairada”, a Polícia Militar “caiu de pau” na Cracolândia, e o governo paulista (municipal e estadual) “entrou pelo cano”. ( E a população, como sempre, é quem sofre as conseqüências e paga o mico...).
Sobre o assunto paulistano, no final, matéria do jornalista Daniel Melo, da Agência Brasil, de 12/01/2012.
A questão do “crack” e das drogas como um todo, deve ser tratada como questão imediata, urgente, de políticas públicas de saúde e assistência social, e continuamente, de educação, e não de âmbito policial ou mesmo judicial.
É uma calamidade nacional. Viajando de Goiânia para Açailândia, via ônibus, do começo da capital goiana, passando por algumas cidades (Porangatu, Araguaína...) constatei pelas calçadas, ruas, praças, adolescentes, mulheres, homens, idosos, “zumbis”, cachimbo às mãos ou às bocas...
Aqui em Açailândia do Maranhão, sobretudo na área do antigo “Rabo da Gata”/Mercado Municipal, dezenas de “pés-inchados”, como assim os/as denomina o povo, consumindo não só crack, como maconha, álcool (a “marvada” pinga, a “aguá ardente...”.
Vez por outra, para não dizer todo dia, confusão, conflito, encrenca... Muito/as foram parar no “SESP” ( Hospital Municipal), vitimas de pancadarias, facadas...
Vidas jogadas às traças, às baratas, aos ratos, ao escárnio, à indiferença ou à intolerância...
Policia militar sendo acionada, nas necessidades de um ou outra transeunte, comerciante ou trabalhador/a da área...
Não há na cidade albergue, não há no município políticas públicas de prevenção e enfrentamento da droga, não existe um necessário “trabalho de rua”, de abordagem, de busca, de sensibilização, mesmo porque não há onde tratar (temos o Bom Samaritano, a Casa de Rute, o Amor Exigente, as AAA, mas suas metodologias não são adequadas aos/as que vegetam nas situações extremas de rua, envolvidos não só no consumo como no tráfico, na violência e na criminalidade...temos o CAPS do SUS, mas este só vai tratar quando o/a usário/a já tiver a mente destruída pela droga...).
Assim, deixe-se do jeito que está, e nas emergências e urgências, chame-se a PM...
Ministério Público de São Paulo abre investigação sobre operação policial na cracolândia
Inquérito civil vai apurar as razões que levaram a uma operação policial na região.
O Ministério Público (MP) de São Paulo instaurou nesta quinta-feira (10) um inquérito civil para apurar as razões que levaram a uma operação policial na região da cracolândia, no centro da capital paulista. Desde terça-feira (3) da semana passada, a Polícia Militar (PM), acompanhada da Guarda Civil Metropolitana (GCM), ocupou as ruas onde se fumava crack livremente para acabar com o tráfico e uso de drogas no local.
Para o Ministério Público, a ação não conseguiu atacar as raízes do problema e apenas espalhou os viciados por outras regiões da cidade. “Colocando-os de modo inacessível aos agentes de abordagem social”, segundo o promotor de Direitos Humanos e Inclusão Social , Eduardo Ferreira Valério.
Para o promotor, da maneira como a ação está sendo conduzida, não há enfrentamento efetivo do crime na região, além de causar sofrimento desnecessário aos usuários de drogas. Valério apontou como principal problema da ação a “falta de articulação com os demais órgãos da prefeitura e do próprio estado, sobretudo no que se refere a assistência social e saúde”.
Ele criticou ainda a truculência da força policial. “Não é possível imaginar que essa operação à base de cavalos, gás lacrimogêneo, balas de borracha, dor e sofrimento vai fazer cessar o tráfico na cidade de São Paulo”.
O inquérito assinado também pelas promotorias de Direitos Humanos e Saúde, Infância e Juventude e Habitação e Urbanismo vai ouvir pelo menos nove pessoas. Estão incluídos na lista os responsáveis pela operação policial e autoridades das áreas de saúde, assistência social e habitação dos governo estadual e municipal.
O último balanço da Operação Integrada Centro Legal divulgado nesta quinta-feira, às 11h, diz que até agora foram feitas 23 prisões, 25 recapturas de condenados, apreendidos 447 gramas de crack e 28 internações.
Agência Brasil
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