No mesmo dia Rede Justiça nos Trilhos participa de
uma manifestação em frente a sede da empresa.
A
Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale lançou nessa quarta-feira
(18) o Relatório de Insustentabilidade da Vale. O lançamento ocorreu na cidade
do Rio de Janeiro e teve o objetivo de apresentar um estudo inédito sobre
impactos socioambientais e violações de direitos humanos com trabalhadores e
comunidades atingidas pela empresa.
O documento é uma resposta aos
indicadores que mostram a Vale como uma empresa sustentável e preocupada com as
questões sociais. De acordo com o relatório “a Vale
participa do Global Reporting Initiative e
publica anualmente seu ‘Relatório de Sustentabilidade’ com o objetivo de
mostrar alinhamento com os princípios internacionais de responsabilidade social
e ambiental, dos quais é signatária, a saber, o Pacto Global da ONU e o
Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM). Além disso, ela ingressou,
no último ano, no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa”.
O
Relatório de Insustentabilidade da
Vale apresenta números sobre mortes em acidentes de trabalho, emissões
de poluentes e danos ambientais em volume de área, redução dos investimentos em
saúde do trabalhador e não cumprimento de normas legais, problemas causados
pela emissão de resíduos, entre outros. Os monitoramentos aconteceram nos
vários estados brasileiros onde a Vale atua, além de países como Canadá e
Moçambique.
Vale: a pior empresa do
mundo
Em 2012, a Vale foi escolhida a pior empresa do mundo no Public
Eye Awards, conhecido como o “Nobel” da
vergonha corporativa mundial. O Public Eye foi concedido à empresa por voto
popular em função de problemas ambientais, sociais e trabalhistas.
O relatório organizado pela Articulação Internacional dos
Atingidos pela Vale faz referência ao prêmio e fundamenta
o resultado da votação com dados estatísticos dos impactos
socioambientais provocados pela empresa no ano de 2010. Os Atingidos pela Vale compõem uma rede de movimentos sociais, organizações e
centrais sindicais de diversos países. A rede foi consolidada no I Encontro
Internacional dos Atingidos pela Vale, em 2010 e desde então compartilha
experiências e formula estratégias para enfrentar os problemas gerados pela
mineradora.
Nos
quatro primeiros meses deste ano, a Vale foi alvo de protestos populares que
bloquearam as operações da empresa em Açailândia e Buriticupu, no Maranhão, em
Cateme (Moçambique), Sudbury (Canadá), Morowali (Indonésia), La Loma (Colômbia)
e em Altamira, no Pará, onde é sócia do consórcio que constrói a hidrelétrica
de Belo Monte.
Conflitos locais
Nos estados
do Maranhão e Pará várias comunidades vivem em conflito com a mineradora,
sobretudo pelo surgimento e avanço de problemas sociais e ambientais provocados
pela Vale. Um exemplo é o caso de Piquiá de Baixo, em Açailândia (MA), onde
moradores relatam danos à saúde e ao meio ambiente que comprometem a qualidade
de vida.
Nesta
quarta-feira, a Rede Justiça nos Trilhos e outras 100 pessoas participaram de uma
manifestação em frente a sede da Vale. Na ocasião, o presidente da Associação Comunitária dos
Moradores de Piquiá pediu juntamente à assessoria jurídica e aos representantes
dos movimentos sociais de Açailândia, uma audiência com a Vale para tratar do
reassentamento dos moradores de Piquiá e da construção de um novo povoado. Recentemente o Tribunal de Justiça do
Maranhão confirmou a legalidade da desapropriação do terreno para o
reassentamento das famílias. O representante dos moradores de Piquiá deu
testemunho sobre a poluição enfrentada e apoiou a presença dos demais grupos
presentes na manifestação.
Assessoria de Comunicação
Rede Justiça nos Trilhos
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