Como você será promovido na próxima década?

Recebemos o professor Joel Dutra, entre outros destaques, coordenador do MBA da FIA em Gestão de Pessoas, eleito recentemente um dos “oito gurus” em gestão de pessoas pela revista Você RH em um evento do Monster dedicado aos profissionais de RH. Entre os muitos desafios colocados para a organização das empresas para a próxima década, Dutra falou que os organogramas devem ser extintos, assim como estruturas piramidais de empresas.

Isso porque a complexidade trazida pelas novas tecnologias e a competitividade não comportam mais modelos fechados de cargos e salários. Cada vez mais profissionais qualificados devem trabalhar por projetos, interagindo com diversas áreas e equipes, em uma dinâmica muito mais horizontalizada e colaborativa. Por isso mesmo, fixar suas responsabilidades e limites será cada vez mais difícil. E ineficiente.

“Os profissionais e sua remuneração serão avaliados pela sua capacidade de lidar com assuntos complexos, pela sua capacidade de abstração”, argumentou sobre a tendência o renomado acadêmico. Já existem pesquisas para afinar esses indicadores para mensurar o grau de abstração de um profissional para que ele gerencie soluções dentro das empresas.

E aí contou um caso excepcional. Uma pesquisadora americana fazendo um trabalho para uma mineradora sul-africana descobriu nos testes e entrevistas que um mensageiro da empresa possuía um grau altíssimo de abstração. “Mas como, se sua atividade era simples, estava muitos anos na empresa, não havia sido promovido e não tinha alta nível de escolaridade?”, questionou o professor.

Investigaram junto ao mensageiro se ele possuía alguma atividade fora da empresa que lhe tivesse agregado essa capacidade de lidar com complexidades. Não tinha. Depois de algum tempo, descobriram que se tratava de um agiota dentro da mineradora, com vários funcionários trabalhando nas diversas áreas da companhia para ele. Um banqueiro informal.

Nesse sentido, Joel Dutra destacou que um profissional pode aumentar sua capacidade de lidar com essas complexidades sendo estimulado a novos desafios. A cada superação, terá aberto um leque de novas informações, problemas e soluções.

Sobre os aspectos geracionais, o coordenador do MBA da FIA destacou que o diferencial da geração Y é sua forma de aprendizado, “epidérmica”. “Se existe algum problema, esse jovem não percorre todo o caminho do processo, ele desmonta tudo e constrói um novo”, disse. Mas nem por iss0 baby boomers e profissionais da geração X serão descartados. “Caberá a eles fazer o papel de mentoring, de mostrar e preparar a cultura e os valores da empresa, trazer sua experiência para amadurecer esses novos talentos”. E isso também por uma questão demográfica: haverá muito mais geração X no mercado de trabalho do que Y em poucos anos.

Resta-nos agora entender esses futuros indicadores e aceitar novos desafios. Estar preparado para ser avaliado pelo nosso grau de executar tarefas complexas. Bye bye, organogramas, que venham indicadores mais reais e justos para a próxima década!

MSN

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