O
músico Dominguinhos morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, no Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele
lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão. De acordo com o hospital, o
músico morreu às 18h em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.
Ao longo do tratamento, ele
desenvolveu insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes.
Dominguinhos foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro. Antes,
esteve internado por um mês em um hospital no Recife. A filha do músico, Liv
Moraes, confirmou nesta segunda-feira (22) que o cantor havia voltado para a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) porque o estado de saúde dele tinha piorado.
Considerado o sanfoneiro mais
importante do país e herdeiro artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José
Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz
Gonzaga com 8 anos. Aos 13 anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do
Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.
Instrumentista, cantor e compositor,
Dominguinhos ganhou em 2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho”. Ao
longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil,
Chico Buarque, Anastácia e Djavan.
Ainda criança, Dominguinhos tocava
triângulo com seus irmãos no trio “Os três pinguins”. Quando ele tinha 8 anos,
foi “descoberto” por Gonzagão ao participar de um show em Garanhuns. A “benção”
lhe foi dada pelo rei do baião quanto tinha 16 anos.
“Gonzaga
estava divulgando para a imprensa o disco ‘Forró no Escuro’ quando ele me
apresentou como seu herdeiro artístico aos repórteres”, lembrou-se Dominguinhos
em entrevista ao G1 no fim de 2012. “Foi uma
surpresa muito grande, não esperava mesmo.”
De acordo com ele, o episódio
aconteceu somente três anos depois de sua chegada ao Rio, acompanhado do pai, o
também sanfoneiro Chicão. Mudaram-se para a cidade justamente para encontrar
Luiz Gonzaga. “Em cinco minutos, ele me deu uma sanfona novinha, sem eu pedir
nada”, prosseguiu. Naquele período, Dominguinhos saiu em turnê com o mestre
para cumprir a função de segundo sanfoneiro e, eventualmente, de motorista.
Centenário
de Gonzagão
No fim de 2012, Dominguinhos se dedicou ativamente às celebrações dos cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Durante um show no dia centenário, 13 de dezembro, realizado na terra natal do músico, Exu (PE), Gilberto Gil comentou: “Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado”.
No fim de 2012, Dominguinhos se dedicou ativamente às celebrações dos cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Durante um show no dia centenário, 13 de dezembro, realizado na terra natal do músico, Exu (PE), Gilberto Gil comentou: “Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado”.
Para Gil, no entanto, Dominguinhos
soube trilhar um caminho próprio. “Dominguinhos foi além, em uma direção que
Gonzaga não pôde, não teve tempo. Ele foi na direção do início de Gonzaga, o
instrumentista, da época das boates do Mangue, no Rio de Janeiro, quando ele
tocava tango, choro, polca, foxtrot, tocava tudo, repertório internacional,
tudo na sanfona. ”
Do
G1 São Paulo
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