O deputado estadual Bira do Pindaré (PT) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (8), para fazer seu primeiro pronunciamento na casa. Bira foi inscrito pelo presidente Arnaldo Melo no grande expediente e por mais de meia hora reafirmou sua postura ética e sua firmeza de posicionamentos de oposição ao governo do estado e de defesa dos movimentos sociais e da população do MA.
Bira começou seu discurso apresentando-se para todos como um autentico maranhense. Nascido em Pindaré-Mirim no ano de 1968, de origem humilde, ainda criança erradicou-se em São Luís, onde estudou e iniciou sua trajetória na vida política, na Pastoral da juventude. “Comecei muito cedo, comecei na pastoral da juventude na igreja católica, eu ao lado de outros onze jovens, fundamos o primeiro grupo de jovens da comunidade católica do Vinhais. Depois organizamos os jovens na paróquia e finalmente na diocese, aproveito inclusive para agradecer o Padre Vilson Basso, que hoje é bispo de Caxias, pela orientação que nos deu nos primeiros passos dessa caminhada”, disse.
A trajetória do deputado dentro dos movimentos sociais e sindicatos foi outro ponto relevante, “já na Caixa Econômica Federal, bancário, fui convidado a fazer parte do movimento de oposição bancaria, vencemos a eleição e me tornei dirigente sindical bancário, vindo adiante a presidir esse, que é hoje um dos mais importantes sindicatos do Maranhão, o Sindicato dos Bancários”, constatou.
O alinhamento com o projeto nacional e o apoio histórico aos governos Lula e Dilma também foram lembrados, assim como a atuação destacada de Bira no combate ao trabalho escravo. “Com a eleição do Presidente Lula do PT, Partido ao qual sou filiado mais de 22 anos, me designou para exercer o cargo de Delegado Regional do Trabalho, ali pude conhecer de perto uma das facetas mais cruéis da nossa triste realidade e do povo do Maranhão, o trabalho escravo. Fiz da luta contra a escravidão contemporânea uma bandeira que marcou profundamente a minha vida”, lembrou.
O parlamentar relembrou as últimas campanhas eleitorais. Em 2006 foi candidato a Senador e obteve a expressiva votação de mais de meio milhão de votos. Em 2008 foi impedido de disputar a prefeitura de São Luís e deu seu apoio ao ex-deputado Flávio Dino (PC do B), já no ano passado por uma decisão arbitrária da direção nacional do PT, Bira foi novamente impedido de ser candidato a Senador e decidiu apoiar a candidatura de Flávio Dino ao governo do estado.
“A intervenção política no PT do Maranhão, uma medida verticalizada de cima para baixo, típica das democracias frágeis ou inexistentes que nos impediam de firmar coligação que escolhemos livremente, por maioria aqui no Estado do Maranhão. Reagimos, protestamos, lutamos com todas as forças, até greve de fome alguns companheiros foram obrigados a fazer, pelo que presto neste momento a minha homenagem ao Dutra, a Terezinha Fernandes e principalmente ao Manoel da Conceição”, desabafou.
Ele ressaltou o fato de ter feito uma campanha modesta, sem apoio de prefeitos e sem dinheiro. “Sem estruturas, sem articulação, sem nada mais, só com a cara e a coragem, fomos, fiz uma campanha modesta, modestíssima, quase não apareci na TV, andei a pé mais de 250 quilômetros, pegando sol na testa, pegando sol na moleira e pedindo às pessoas apenas o voto da consciência e o voto do coração. Graças a Deus, o povo me ouviu, o povo me atendeu e o resultado foi espetacular, conquistamos um mandato de deputado estadual com 23.054 votos. Votos plenos de dignidade, pois posso afirmar, categoricamente, que, graças a Deus, não precisei comprar o voto de ninguém”, confessou o parlamentar.
Os péssimos indicadores sociais, a triste realidade em que vive a população do Maranhão e a migração de nossa gente para estados vizinhos como o Piauí e o Pará em busca de melhores oportunidades de trabalho e assistência médica foram lembrados. “O Piauí nosso vizinho, Piauí bem aqui do lado, é o Estado nordestino que apresenta a menor taxa de mortalidade infantil: 26,2. No Rio Grande do Sul, do outro lado do Brasil, o Índice é apenas 12,7 pontos. Aqui no Maranhão mais de 620 mil pessoas acima de 15 anos não sabem nem ler, nem escrever. No ENEM de 2009, o Maranhão ficou na 26ª colocação, mostrando que aqueles que chegam à escola tem um ensino de péssima qualidade. Aqui no Maranhão temos a 2ª pior expectativa de vida do País, com média de 68 anos. Muito abaixo da média nacional, que é de 72 anos. E só não perde para o Estado de Alagoas”, afirmou.
As riquezas e as belezas naturais do Maranhão foram outros destaques da explanação de Bira, que ainda indagou os presentes na casa sobre quem teria responsabilidade pela situação degradante em que o estado se encontra. “Ora, se a culpa não é da natureza, se a culpa não é deste povo trabalhador, nós somos obrigados a reconhecer que a tragédia social que se abate sobre o nosso povo é de absoluta responsabilidade de sucessivos governos e desse modelo político oligárquico que é concentrador de poder e concentrador de riqueza”.
POSICIONAMENTO CLARO
Bira fez uma crítica contundente ao modelo de governo implantado pela governadora Roseana Sarney e reafirmou sua condição de parlamentar comprometido com as causas e lutas históricas de resistências do povo maranhense. Apesar do PT participar do governo estadual o deputado assumiu um posicionamento de esquerda, não alinhado com o grupo político da governadora.
“Não posso compor o Bloco de oposição, por razões partidárias e regimentais, mas também não sou governista, afinal de contas, não fiz campanha para a Governadora Roseana Sarney e não tenho parte em seu governo, votarei, portanto, com a minha consciência e, sobretudo, coerente e com a minha história de luta, com a minha história de resistência no Estado do Maranhão. Não estou aqui para ser capacho de ninguém. Estou aqui para representar o povo maranhense e por isso exigirei respeito às prerrogativas como parlamentar e não vou aceitar mordaças de quem quer que seja. Ninguém vai me calar nesta Assembleia Legislativa, exercerei o meu mandato com a força que o povo me concedeu e todos nós aqui conquistamos de igual modo”, explanou.
As lutas ao lado de movimentos sociais de base e da sociedade maranhense organizada também foram pautadas no discurso. “Não estarei sozinho nesta luta, estarei com os Sem Terra, com o Movimento Sindical Rural, com o Movimento de Quebradeiras de Coco, com Pescadores, só para lembrar a necessidade inadiável de reforma agrária e de implantação de um projeto de desenvolvimento rural sustentável. Estarei com o movimento em defesa das crianças e adolescentes, para lembrar o nosso compromisso com a erradicação do trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes... estarei com os movimentos juvenis e o movimento estudantil para lembrar o nosso compromisso com a juventude e as gerações futuras do nosso Estado. Estarei com o movimento de economia solidária para dizer que outra economia é possível e já acontece, onde se respeita o meio ambiente, onde se respeita o ser humano e se promove o comércio justo e o comércio solidário. E os grandes projetos não devem ser vistos como uma única alternativa para o desenvolvimento social e econômico do nosso Estado. Estarei com o movimento de pessoas com deficiência para lembrar que as diferenças merecem respeito e que todas as pessoas têm direito a ter direito”.
Outras entidades foram lembradas e como movimentos sociais organizados configuram-se como participativos no mandato do deputado. “Estarei com os movimentos de professores, policiais, agentes comunitários de saúde, mototaxistas, feirantes e outros para lembrar nosso compromisso com os serviços de base. E que políticas públicas como educação, saúde, por exemplo, não podem e não devem ser geridas por medidas provisórias. Estarei com os partidos que defendem transformações sociais para lembrar que o compromisso com a democracia e o combate a toda forma de opressão. Estarei com as pastorais da igreja, e as mais diversas congregações religiosas para lembrar aquele que é o maior dos nomes da nossa história, Jesus Cristo e para lembrar a fé que anima a nossa luta por uma nova sociedade justa, fraterna e socialista”, afirmou.
O deputado encerou o discurso homenageando algumas figuras emblemáticas e históricas da luta social maranhense, como Negro Cosme, Maria Aragão, Padre Jósimo, Magno Cruz e Manoel da Conceição. “Finalizo dizendo, colegas deputados e deputadas, as palavras de Manoel da Conceição, que será meu assessor de honra. Quando lhe arrancaram a perna nos tempos da Ditadura e ofereceram uma perna mecânica na tentativa de cooptá-lo, ele recusou e disse: “Minha perna é minha classe”. Hoje, Manoel, meu querido Manoel da Conceição, posso dizer, sua perna somos nós, e esse mandato será dedicado a você, meu querido companheiro Manoel da Conceição”, concluiu.
Ascom da Assembléia Legislativa do Maranhão
Bira começou seu discurso apresentando-se para todos como um autentico maranhense. Nascido em Pindaré-Mirim no ano de 1968, de origem humilde, ainda criança erradicou-se em São Luís, onde estudou e iniciou sua trajetória na vida política, na Pastoral da juventude. “Comecei muito cedo, comecei na pastoral da juventude na igreja católica, eu ao lado de outros onze jovens, fundamos o primeiro grupo de jovens da comunidade católica do Vinhais. Depois organizamos os jovens na paróquia e finalmente na diocese, aproveito inclusive para agradecer o Padre Vilson Basso, que hoje é bispo de Caxias, pela orientação que nos deu nos primeiros passos dessa caminhada”, disse.
A trajetória do deputado dentro dos movimentos sociais e sindicatos foi outro ponto relevante, “já na Caixa Econômica Federal, bancário, fui convidado a fazer parte do movimento de oposição bancaria, vencemos a eleição e me tornei dirigente sindical bancário, vindo adiante a presidir esse, que é hoje um dos mais importantes sindicatos do Maranhão, o Sindicato dos Bancários”, constatou.
O alinhamento com o projeto nacional e o apoio histórico aos governos Lula e Dilma também foram lembrados, assim como a atuação destacada de Bira no combate ao trabalho escravo. “Com a eleição do Presidente Lula do PT, Partido ao qual sou filiado mais de 22 anos, me designou para exercer o cargo de Delegado Regional do Trabalho, ali pude conhecer de perto uma das facetas mais cruéis da nossa triste realidade e do povo do Maranhão, o trabalho escravo. Fiz da luta contra a escravidão contemporânea uma bandeira que marcou profundamente a minha vida”, lembrou.
O parlamentar relembrou as últimas campanhas eleitorais. Em 2006 foi candidato a Senador e obteve a expressiva votação de mais de meio milhão de votos. Em 2008 foi impedido de disputar a prefeitura de São Luís e deu seu apoio ao ex-deputado Flávio Dino (PC do B), já no ano passado por uma decisão arbitrária da direção nacional do PT, Bira foi novamente impedido de ser candidato a Senador e decidiu apoiar a candidatura de Flávio Dino ao governo do estado.
“A intervenção política no PT do Maranhão, uma medida verticalizada de cima para baixo, típica das democracias frágeis ou inexistentes que nos impediam de firmar coligação que escolhemos livremente, por maioria aqui no Estado do Maranhão. Reagimos, protestamos, lutamos com todas as forças, até greve de fome alguns companheiros foram obrigados a fazer, pelo que presto neste momento a minha homenagem ao Dutra, a Terezinha Fernandes e principalmente ao Manoel da Conceição”, desabafou.
Ele ressaltou o fato de ter feito uma campanha modesta, sem apoio de prefeitos e sem dinheiro. “Sem estruturas, sem articulação, sem nada mais, só com a cara e a coragem, fomos, fiz uma campanha modesta, modestíssima, quase não apareci na TV, andei a pé mais de 250 quilômetros, pegando sol na testa, pegando sol na moleira e pedindo às pessoas apenas o voto da consciência e o voto do coração. Graças a Deus, o povo me ouviu, o povo me atendeu e o resultado foi espetacular, conquistamos um mandato de deputado estadual com 23.054 votos. Votos plenos de dignidade, pois posso afirmar, categoricamente, que, graças a Deus, não precisei comprar o voto de ninguém”, confessou o parlamentar.
Os péssimos indicadores sociais, a triste realidade em que vive a população do Maranhão e a migração de nossa gente para estados vizinhos como o Piauí e o Pará em busca de melhores oportunidades de trabalho e assistência médica foram lembrados. “O Piauí nosso vizinho, Piauí bem aqui do lado, é o Estado nordestino que apresenta a menor taxa de mortalidade infantil: 26,2. No Rio Grande do Sul, do outro lado do Brasil, o Índice é apenas 12,7 pontos. Aqui no Maranhão mais de 620 mil pessoas acima de 15 anos não sabem nem ler, nem escrever. No ENEM de 2009, o Maranhão ficou na 26ª colocação, mostrando que aqueles que chegam à escola tem um ensino de péssima qualidade. Aqui no Maranhão temos a 2ª pior expectativa de vida do País, com média de 68 anos. Muito abaixo da média nacional, que é de 72 anos. E só não perde para o Estado de Alagoas”, afirmou.
As riquezas e as belezas naturais do Maranhão foram outros destaques da explanação de Bira, que ainda indagou os presentes na casa sobre quem teria responsabilidade pela situação degradante em que o estado se encontra. “Ora, se a culpa não é da natureza, se a culpa não é deste povo trabalhador, nós somos obrigados a reconhecer que a tragédia social que se abate sobre o nosso povo é de absoluta responsabilidade de sucessivos governos e desse modelo político oligárquico que é concentrador de poder e concentrador de riqueza”.
POSICIONAMENTO CLARO
Bira fez uma crítica contundente ao modelo de governo implantado pela governadora Roseana Sarney e reafirmou sua condição de parlamentar comprometido com as causas e lutas históricas de resistências do povo maranhense. Apesar do PT participar do governo estadual o deputado assumiu um posicionamento de esquerda, não alinhado com o grupo político da governadora.
“Não posso compor o Bloco de oposição, por razões partidárias e regimentais, mas também não sou governista, afinal de contas, não fiz campanha para a Governadora Roseana Sarney e não tenho parte em seu governo, votarei, portanto, com a minha consciência e, sobretudo, coerente e com a minha história de luta, com a minha história de resistência no Estado do Maranhão. Não estou aqui para ser capacho de ninguém. Estou aqui para representar o povo maranhense e por isso exigirei respeito às prerrogativas como parlamentar e não vou aceitar mordaças de quem quer que seja. Ninguém vai me calar nesta Assembleia Legislativa, exercerei o meu mandato com a força que o povo me concedeu e todos nós aqui conquistamos de igual modo”, explanou.
As lutas ao lado de movimentos sociais de base e da sociedade maranhense organizada também foram pautadas no discurso. “Não estarei sozinho nesta luta, estarei com os Sem Terra, com o Movimento Sindical Rural, com o Movimento de Quebradeiras de Coco, com Pescadores, só para lembrar a necessidade inadiável de reforma agrária e de implantação de um projeto de desenvolvimento rural sustentável. Estarei com o movimento em defesa das crianças e adolescentes, para lembrar o nosso compromisso com a erradicação do trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes... estarei com os movimentos juvenis e o movimento estudantil para lembrar o nosso compromisso com a juventude e as gerações futuras do nosso Estado. Estarei com o movimento de economia solidária para dizer que outra economia é possível e já acontece, onde se respeita o meio ambiente, onde se respeita o ser humano e se promove o comércio justo e o comércio solidário. E os grandes projetos não devem ser vistos como uma única alternativa para o desenvolvimento social e econômico do nosso Estado. Estarei com o movimento de pessoas com deficiência para lembrar que as diferenças merecem respeito e que todas as pessoas têm direito a ter direito”.
Outras entidades foram lembradas e como movimentos sociais organizados configuram-se como participativos no mandato do deputado. “Estarei com os movimentos de professores, policiais, agentes comunitários de saúde, mototaxistas, feirantes e outros para lembrar nosso compromisso com os serviços de base. E que políticas públicas como educação, saúde, por exemplo, não podem e não devem ser geridas por medidas provisórias. Estarei com os partidos que defendem transformações sociais para lembrar que o compromisso com a democracia e o combate a toda forma de opressão. Estarei com as pastorais da igreja, e as mais diversas congregações religiosas para lembrar aquele que é o maior dos nomes da nossa história, Jesus Cristo e para lembrar a fé que anima a nossa luta por uma nova sociedade justa, fraterna e socialista”, afirmou.
O deputado encerou o discurso homenageando algumas figuras emblemáticas e históricas da luta social maranhense, como Negro Cosme, Maria Aragão, Padre Jósimo, Magno Cruz e Manoel da Conceição. “Finalizo dizendo, colegas deputados e deputadas, as palavras de Manoel da Conceição, que será meu assessor de honra. Quando lhe arrancaram a perna nos tempos da Ditadura e ofereceram uma perna mecânica na tentativa de cooptá-lo, ele recusou e disse: “Minha perna é minha classe”. Hoje, Manoel, meu querido Manoel da Conceição, posso dizer, sua perna somos nós, e esse mandato será dedicado a você, meu querido companheiro Manoel da Conceição”, concluiu.
Ascom da Assembléia Legislativa do Maranhão
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