Maranhão adere à greve nacional dos bancários

População pode realizar serviços bancários por meio dos caixas eletrônicos e casas lotéricas.

SÃO LUÍS - "O Maranhão aderiu à greve nacional dos bancários". A afirmação é do presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Maranhão, José Maria Nascimento. Ele garantiu que a categoria está motivada e que a paralisação é por tempo indeterminado. O presidente do Sindicato dos bancários disse que no momento estão conversando com os bancários da iniciativa privada para que tomem consciência a ponto de aderir ao movimento.
- A greve é de toda a categoria e esperamos que os bancários da rede privada façam adesão a paralisação. Enfim, essa é uma luta coletiva e não tem porque o bancário ficar de fora - assegurou.
De acordo com José Maria Nascimento, a população não será penalizada e terá como alternativa para realização dos serviços bancários os caixas eletrônicos e casas lotéricas estarão funcionando durante o período da greve.
O Sindicato não informou as agências bancárias que aderiram a greve em todo o Estado.
Braços Cruzados
A greve, em todo o país, teve início nesta terça-feira (27), por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após assembleias dos sindicatos da categoria realizadas em todo o país na noite desta segunda. A paralisação atingirá bancos públicos e privados.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários, disse que o objetivo do movimento é pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e a melhorar a proposta de aumento real de salários da categoria, cuja data-base para renovação da convenção coletiva de trabalho é 1º de setembro.
Seguindo orientação do Comando Nacional, a categoria recusou a proposta de 8% de reajuste, feita pela Fenaban durante a quinta rodada de negociações, na última sexta-feira (23), em São Paulo. A categoria exige 12,8% de reajuste (5% de ganho real mais a inflação do período), além do fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações.
Fenaban
Para a Fenaban, qualquer atitude que dificulte o atendimento de usuários é condenável, principalmente quando a negociação pode continuar e evitar qualquer paralisação. Aos clientes bancários, a entidade lembra que, mesmo numa greve, muitas agências funcionam normalmente e vários outros canais de atendimento (internet, telefone, terminais de autoatendimento e correspondentes) permitem a prestação de serviços.
Febraban
Diante da greve dos bancários em todo o país, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orienta os clientes a recorrerem a canais alternativos como internet, telefone e terminais de autoatendimento.
A entidade orienta os bancos a buscarem todos os meios legais para garantir o atendimento da população.
- Precisamos tentar garantir que a população não seja prejudicada - diz a federação, em nota. A entidade diz considerar o ato do sindicato da categoria precipitado.
Impasse
A Fenaban afirma que apresentou, na sexta-feira (23), proposta que prevê reajuste a todos os salários, pisos salariais, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em 8% a partir de 1º de setembro de 2011.
- Considerando o acordo de 2010 e a proposta de 2011, os pisos estão acrescidos de mais de 25% e os salários, em geral, em mais de 16% em apenas dois anos - diz a entidade.
A Fenaban diz estar preparada para dar continuidade à negociação até que um acordo seja alcançado.
De acordo com o diretor de relações do trabalho da Febraban, Magnus Apostólico, os sindicatos marcaram a greve precipitadamente em meio às negociações.
- Na última sexta-feira pedimos a eles que marcassem outra reunião e eles resolveram ir para a greve. A negociação está completamente aberta - afirmou. Apostólico acredita que a paralisação foi premeditada. "Parece que o objetivo é greve e não negociação. Nem contraproposta foi apresentada. Se eu me sento à mesa para negociar e do outro lado tem um paredão de tênis que tudo que eu mando ele diz não e também não propõe nada, não há como negociar", explicou.
De acordo com o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o aumento real de 0,56% é insuficiente. Ele disse que o lucro dos seis maiores bancos do País subiu, em média, nos últimos dois anos, cerca de 20%. "E os bônus dos executivos de bancos na maioria deles é 400 vezes maior do que a participação nos lucros e resultados (PLR) básica de um bancário", protestou.
Segundo Cordeiro, no ano passado, a categoria conseguiu 3,08% de aumento real, valor bem superior ao oferecido até agora para 2011. "Foram cinco rodadas de negociação e os bancos não avançaram em nada sua proposta", disse,
Pedro Sobrinho / Imirante.com


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