PSB garante apoio à reeleição de Castelo, afirma Zé Antônio

O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Maranhão, advogado José Antônio Almeida, foi indicado neste final de semana para disputar o cargo de vice-prefeito de São Luís, na chapa de João Castelo (PSDB). Em entrevista ao Jornal Pequeno, ontem à tarde, José Antônio afirmou que a aliança com Castelo é a melhor opção para o PSB em São Luís.

“Castelo é um dos principais representantes da oposição ao grupo dominante, tem inequívoca capacidade administrativa, e, apesar da perseguição de que tem sido alvo, está realizando obras importantes para nossa cidade”, ressaltou José Antônio, nesta entrevista:
Jornal Pequeno - O que de fato aconteceu no Congresso Municipal do PSB, convocado para ser realizado em São Luís, na última sexta-feira, dia 29?
José Antônio Almeida - Os relatos são muitos, e quase todos os que estiveram lá puderam constatar o que de fato ocorreu. Na hora marcada, eu já estava lá, acompanhado do advogado Américo Lobato Neto, um dos colegas que me deram assessoria jurídica na ocasião. O companheiro Roberto Rocha chegou por volta das 10:30 ou 11 horas, pouco depois de um dos advogados que lhe assessoram, o colega Rodrigo Lago, chegar.
Não havia até então qualquer proposta de regimento para o Congresso, documento que geralmente é elaborado previamente pela Executiva competente e submetido aos filiados, na abertura do Congresso. Tampouco havia credenciamento, ou mesmo o livro de presença, a partir do qual é elaborada a ata, após as assinaturas. Tudo começou do zero, e aí houve uma dificuldade grande de comunicação.
A partir de uma minuta do Regimento, que eu havia levado, e de outra trazida por eles, os advogados de Roberto me consultavam e eu opinava sobre as alterações a serem propostas, e eles iam consultá-lo, o que sempre demorava bastante tempo.
O resultado é que, somente no início da tarde, havia um consenso sobre o Regimento, e ele abriu os trabalhos e liberou o credenciamento, suspendendo o Congresso para o almoço. Registre-se que, pela manhã, o auditório estivera praticamente lotado, por muitos filiados que, depois, foram se dispersando aos poucos, sem nada para fazer e sem haver qualquer explicação para a demora.
Quando da suspensão para o almoço, formou-se uma fila para o credenciamento, mas o livro não estava em poder da comissão de credenciamento e sim com o Secretário-Geral da Municipal, genro do Roberto. Com tudo isso, o credenciamento só se iniciou por volta das 14 horas. Mas o pior foi o que ocorreu entre 15 e 16 horas: muitas pessoas chegaram, em 10 ou 12 ônibus, e lotaram a ante-sala do auditório da Assembléia, onde se fazia o credenciamento.
Na sua imensa maioria, num percentual que beira a 90%, não eram filiados ao PSB, ou, se eram filiados, não contavam com filiação há mais de 60 dias, como exigido pelo Estatuto para assegurar o direito ao voto. Como estávamos vigilantes, não foi admitida a participação deles, mas tomaram um precioso tempo daqueles que, filiados há 60 dias, poderiam efetivamente credenciar-se e votar.
Com isso, facilmente se chegou à hora-limite do Congresso, 17 horas, e não havia filiados em número suficiente credenciados, o que não foi atingido nem mesmo com a prorrogação dada. A conclusão a que nós chegamos, na Executiva Estadual, é que tudo isso não se deveu a acontecimentos fortuitos, a coincidências. Houve com a chegada ao recinto desses não-filiados, ou recém-filiados, a tentativa, exitosa, de impedir o credenciamento daqueles que poderiam realmente votar.
A própria declaração de Roberto Rocha ao blog do jornalista Gilberto Léda é um indicativo disso: para ele, "é difícil retirar as pessoas de casa, num feriado, para votar em Castelo". A questão é que não bastaria votar na aliança com Castelo, mas também votar na aliança com Edivaldo. Ele não se preocupava em garantir a maioria com a sua tese, porque ele nunca quis realizar o Congresso e manobrou para ele não acontecer.
JP – Mas houve o cerceamento da liberdade de voto dos filiados?
José Antônio - Sim. Podia ser pior, se o Congresso se realizasse no mesmo recinto da convenção de PTC, como Roberto Rocha convocou. Aí os filiados que se posicionassem contra a aliança com ele seriam indiscutivelmente constrangidos.

Mas a maneira como se impediu o acesso dos filiados ao credenciamento, no entender da Executiva Estadual, nos termos do bem fundamentado voto do relator, o advogado Manoel Artur Bacelar Pontes, Secretário de Finanças, representou um atentado à liberdade do voto dos filiados.
JP - Por que a iniciativa de mudar o local onde seria realizado o Congresso Municipal?
José Antônio - O Congresso do PSB efetivamente não pode ser realizado no mesmo local de outros eventos, e em conjunto com esses outros eventos. Que eu saiba, isso só ocorreu uma única vez, no PSB-MA, no caso da escolha de candidatos a Deputado Federal e Estadual de 2010, e formação de coligação para apoiar o Flávio Dino, sendo que naquele caso foi o PCdoB, partido de Flávio, quem realizou seu evento no mesmo local previsto para o nosso.

Não havia qualquer disputa, ou questão polêmica, tudo já estava previamente acertado, num consenso. Além disso, na eleição estadual, não votam, segundo o Estatuto do PSB, todos os filiados, mas apenas o Diretório Estadual e detentores de mandatos federais e estaduais.
Desse modo, evidente que o Congresso do PSB não poderia ocorrer no local previsto no edital assinado pelo Roberto Rocha, tal como decidiu a liminar concedida na Executiva Nacional. Mas essa indefinição, essa falta de conhecimento de onde seria o Congresso, e a parca divulgação dada depois de definido o local também contribuíram para a falta de quórum. O edital com a mudança só foi publicado na manhã do dia do Congresso.
JP - Por que foi desconstituída a Comissão Provisória do partido em São Luís?
José Antônio - As razões dizem respeito, basicamente, à conduta do filiado Roberto Rocha e daqueles que, a ele muito ligados, participaram dos atos questionados. O voto do relator está muito bem fundamentado, identificando até motivos para, em tese, haver instauração de processo disciplinar, e mostra a clara tentativa de deliberar sozinho o que seria da atribuição de todos os filiados do Município, como se fosse dono do PSB, quando o nosso partido se caracteriza, exatamente, por não ter donos, mas sim dirigentes, que obtém legitimidade da conquista de mandatos partidários, que se renovam por eleições periódicas.

JP – Como ficou a composição da nova Comissão Provisória Municipal?
José Antônio - A mudança se deu em três nomes, que foram acrescentados, com o afastamento de Roberto Rocha, Presidente, Bruno Matos Soares, Secretário-Geral e de Hilton Pinheiro da Silva, Secretário de Finanças. O Maurício Almeida, que era Vice-Presidente, foi conduzido à presidência, função que ele já ocupava quando Roberto Rocha ingressou no PSB. José Mauro Santos Filho, que era Secretário de Organização, passou a ser Vice-Presidente; Erikson Lacerda, que era 1º Secretário, passou a ser Secretário Geral, Fabiana Perla Chaves de Carvalho é agora a 1ª Secretária, enquanto que Tayson Ronaldo Santana dos Santos é o Secretário de Finanças, e Aliete Dutra dos Santos é Secretária de Mobilização. Finalmente, Glauce Jane Ramos Cordeiro continua como Secretária de Mulheres.

JP - Por que a direção do PSB/MA decidiu fazer coligação com o PSDB em São Luís?
José Antônio - Essa decisão não foi da Executiva Estadual, mas sim da Municipal. Eles decidiram, por unanimidade, que essa é a melhor opção para nosso partido, considerando que Castelo é um dos principais representantes da oposição ao grupo dominante, tem inequívoca capacidade administrativa, e, apesar da perseguição que tem sido alvo, está realizando obras importantes para nossa cidade.

Penso que as razões desenvolvidas pelo ex-governador José Reinaldo, não só no seu discurso de posse na função de Secretário de Governo, que muitos assistiram, mas também nos seus artigos publicados aqui no Jornal Pequeno, calaram fundo na visão desses companheiros. A oposição não pode fechar a porta para uma aliança com Castelo, se ele for o vencedor em São Luís, e poderá ser um apoio importante para a mudança que se avizinha em 2014, sendo que o PSB-MA tem dado integral apoio ao companheiro Flávio Dino, que representa essa mudança. A nossa presença como Vice-Prefeito pode fazer essa ponte.
JP - Como se deu a indicação de seu nome para ser o vice de Castelo?
José Antônio - Estou há dezoito anos no PSB, meu único partido. Já disputei por ele uma eleição para Prefeito de São Luís, três eleições para Deputado Federal e até já fui indicado pelo partido como candidato a Vice-Presidente da República. Creio que essa história na agremiação e a experiência conquistada na atuação parlamentar e na advocacia pesaram na escolha.

JP - E na chapa proporcional, como vai ficar a coligação do PSB?
José Antônio - Dos partidos que integram a coligação em torno da reeleição do Prefeito João Castelo, o PSB deve coligar com o PHS.

JP – A direção nacional do partido já foi informada do que aconteceu em São Luís?
José Antônio - Certamente. A Executiva Municipal pediu homologação de sua decisão.

Jornal Pequeno

Nenhum comentário

‹‹ Postagem mais recente Postagem mais antiga ››

Sou Sórcio, sou forte. Seja você também um sórcio.