Muito cuidado com as análises acerca da qualidade de uma instituição
simplesmente pelo que se noticia ou pelos discursos eufóricos de quem não
conhece a verdadeira realidade dos fatos.
Os estatísticos sabem que nem todos os parâmetros são úteis para
aplicação indistinta entre as instituições e que há uma série de variáveis
valorosas muitas vezes desconsideradas nesses processos.
Não por outra razão, evidenciamos algumas contradições e levantamos
suspeições sobre os métodos utilizados, tanto para as análises realizadas,
quanto para a interpretação depreciativa da Uema diante desses resultados.
Senão vejamos, se o Enade é determinante para assegurar um bom posicionamento
no ranking aqui considerado, como explicar a posição da USP em primeiro lugar,
se ela nunca participou do referido exame?
Um outro olhar sobre os resultados divulgados nos leva a dizer que
abaixo do pelotão de elite das universidades brasileiras (SP, RJ, MG e RS), a
maior parte das instituições restantes, especialmente as do Nordeste e Norte,
estão todas marginalizadas! Nada mais do que o reflexo de anos de exclusão de
políticas e fomentos para o ensino, pesquisa e pós-graduação em nível superior
nessas regiões. Lêdo engano pensar que há alguma diferença significativa na
qualidade institucional entre uma instituição ou outra no Maranhão ou mesmo no
Nordeste, se fosse válida essa comparação.
Afinal, como comparar uma estrutura multicampi de uma Universidade
Estadual do Maranhão (Uema) com uma estrutura unitária de uma
Universidade Estadual de São Paulo (USP, UNESP ou UNICAMP)? Pura ingenuidade!
De qualquer forma, bem vindo ao debate se ele vem para ajudar a Uema a
ficar cada vez melhor!
Por Doutor Antonio Roberto Serra
Professor da Universidade Estadual do
Maranhão
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