Marina dá aval sobre consulta do PSB para tê-la como candidata à Presidência

Mais cedo, presidente do PSB disse que a ex-senadora é o nome mais provável para disputa eleitoral

Patriota sobre Marina: "não vejo como ela não ser a substituta" - Michel Filho / 

BRASÍLIA, RECIFE e SÃO PAULO — O presidente do PSB, Roberto Amaral, afirmou nesta sexta-feira que o mais provável é que Marina Silva seja a candidata do partido à Presidência da República, no lugar de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na última quarta-feira. Em São Paulo, a ex-senadora deu aval à cúpula do PSB para que se faça uma consulta entre os dirigentes do partido a respeito do nome dela como candidata à Presidência. Informalmente, essa consulta já estava sendo feito desde quinta-feira, dia seguinte à morte de Campos, com senadores, congressistas e lideranças regionais.

Para Roberto Amaral, a viúva Renata Campos seria “um grande nome” para ocupar a vice na chapa.
— O mais provável é que Marina seja a candidata, mas tomaremos essa decisão apenas no dia 20 — afirmou Amaral, que negou ter resistências ao nome da ex-senadora.

A consulta pelo nome de Marina é necessária dada a resistência de parte do PSB à ideia dela ser a presidenciável. De acordo com a coluna Panorama Político, Amaral esteve com Marina nesta quinta em São Paulo e, na saída, revelou para correligionários que tinha ido levar solidariedade a vice da chapa e informá-la que defende que ela seja a candidata dos socialistas.

Questionado se há uma articulação para fazer de “Dona Renata”, como Campos a chamava, vice na chapa, ele disse desconhecer esse fato:

— Não tenho conhecimento, mas ela seria um grande nome.

Amaral negou ainda ter conversado com o ex-presidente Lula sobre política após a morte de Campos:
— Ele telefonou e foi muito respeitoso. Só falou da amizade que tinha por Eduardo e que tem por mim.

Pela manhã, em Recife, p deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) defendeu que Marina Silva passe a encabeçar a chapa do PSB.

— Eduardo escolheu Marina para ser sua vice por confiar nela. Nós temos que manter essa confiança. Na hora que o PSB concedeu a Marina a vice, não vejo como ela não ser a substituta.

Lideranças do PSB e do PPS, os dois maiores partidos da coligação, já decidiram pela substituição do ex-governador de Pernambuco por Marina Silva, de acordo com o colunista do GLOBO Ilimar Franco. Entretanto, a condição para o anúncio é que Marina entenda que não é candidata da Rede Sustentabilidade, partido montado pela Senadora que não conseguiu assinaturas para o registro antes das eleições deste ano. Eles pretendem, por outro lado, que ela entenda que representa uma coligação inteira.

Ainda de acordo com o colunista, os líderes garantem que Eduardo Campos gostaria que seu projeto de governo fosse mantido e relatam que Campos e Marina se entendiam muito bem e definiram pessoalmente as bases políticas e pragmáticas da aliança.

Roberto Freire, deputado federal e presidente nacional do PPS, afirmou que a legenda vai “conversar com Marina sobre os compromissos que vamos ter que ter”. Ele disse que só depois do enterro de Eduardo Campos a coligação deve se reunir para chegar a uma posição sobre a substituição da candidatura. Inicialmente, ele declarou que “o PPS tinha compromisso claro e com muita confiança em Eduardo Campos”, sem citar o nome da ex-ministra do Meio Ambiente. No entanto, “não vê problema” na candidatura de Marina.

Na quinta-feira, O GLOBO ouviu os líderes dos partidos coligados ao PSB. Eles afirmam querer Marina candidata à Presidência no lugar que era de Campos, mas pontuam que Marina está diferente desde que iniciou a campanha. Alguns pedem que ela reafirme compromissos da época em que ingressou no PSB, em novembro do ano passado.

Agência O Globo

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