Disque-Denúncia oferece R$ 100 mil por assassino de jornalista

Secretário de Segurança do Maranhão diz que 'crime não ficará impune'. Mais de 50 homens da polícia do estado trabalham diretamente no caso.

O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, declarou durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (24) que qualquer informação que leve ao paradeiro exato do homem que matou o jornalista Décio Sá terá como recompensa do Disque-Denúncia a quantia de R$ 100 mil, oferecida por um grupo de empresários. O jornalista foi morto com seis tiros, na noite de segunda-feira (23), dentro de um bar na  Avenida Litorânea, em São Luís.

“O crime é complexo, mas não ficará impune”, afirmou o secretário durante a coletiva sobre o caso. Acompanhado dos titulares da Delegacia de Homicídios, Jefrei Furtado e Maymone Barros, que comandam a investigação, o secretário de Segurança disse que está sendo realizada uma força-tarefa para a rápida elucidação do crime. “Mais de 50 homens estão trabalhando diretamente nesse caso”, afirmou.

Ao ser questionado sobre impunidade,  Mendes foi enfático: “Esta é uma página virada na história do Brasil e do Maranhão. Todos os nossos esforços estão voltados para saber quem matou e mandou matar o jornalista”, afirmando que o crime de pistolagem foi motivado diretamente por conta do exercício da profissão de Décio Sá.

O jornalista levou seis tiros de um homem que estava em uma motocicleta. Segundo a polícia, o assassino desceu da garupa da moto, atravessou a pista e foi até o bar onde estava o jornalista e disparou seis tiros contra ele. Um outro homem ficou aguardando o criminoso do outro lado da pista.

Investigações
Mendes disse também que nenhuma linha de investigação foi descartada e pediu cautela sobre a divulgação no retrato falado do suspeito de executar Décio Sá. “São muitas testemunhas oculares, que viram de perto o homem que teria efetuado os disparos. É preciso ouvir todas, e ao juntar os relatos, faremos o retrato falado do executor”, informou o secretário, garantindo ainda a segurança das testemunhas.

Oficialmente, o secretário de Segurança Pública informou que já estão com os peritos criminais, cartuchos com munição – deixadas pelo executor, cápsulas e imagens de várias câmeras que já ajudam na investigação. Contudo, Mendes enfatizou que é necessário manter sigilo quanto a informações sobre as investigações, já que o crime contra o jornalista não poderá ter “nenhuma linha de investigação descartada”.

Mendes disse que conta com o apoio de técnicos da Polícia Federal, e o que não for possível ser realizado no Maranhão será feito em qualquer parte do país e até mesmo fora do Brasil, para garantir o estudo detalhado da ação criminosa.
Ao fim da coletiva, o secretário classificou a execução do jornalista Décio Sá como "afronta a liberdade de expressão e ao Estado Democrático de Direito".

Sobre o crime
A execução do jornalista Décio Sá, segundo o secretário de Segurança Pública, foi planejada há bastante tempo. Mendes destacou que a rota de fuga dos criminosos, bem como a sistemática usada pelos mesmos, demonstra a premeditação do crime.

Décio Sá teria saído da sede do jornal "O Estado do Maranhão", por volta das 22h30, desta segunda-feira, quando se dirigiu até a Avenida Litorânea, em São Luís. A polícia suspeita que o executor o seguiu até o local do crime, já que em cinco minutos, o plano de matar o jornalista foi executado.

Ele tinha 42 anos e há 17 trabalhava na editoria de política do jornal "O Estado do Maranhão", do Sistema Mirante de Comunicação. Ele era autor de um dos blogs mais acessados do Maranhão. Décio Sá deixa uma filha de 8 anos e a mulher grávida de dois meses.
As informações para o Disque-Denúncia deverão ser repassadas pelos números (98) 3223-5800, na capital, e 0300 313 5800, no interior, sem a necessidade de identificação.

Igor AlmeidaDo G1 MA

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