O Partido
Socialista Brasileiro, desde as primeiras denúncias de corrupção na Petrobrás,
defendeu, sob a liderança de seu então presidente, Eduardo Henrique
Accioly Campos, a instalação de CPI para investigar as denúncias de negócios
escusos envolvendo a maior empresa brasileira - fruto de luta de anos, na qual
os socialistas estiveram sempre à frente, ombro a ombro com os
trabalhadores e demais forças nacionalistas.
Eduardo,
ainda em março deste ano, formulava fundadas críticas à administração anti-republicana
de nossa maior estatal, de importância estratégica para qualquer projeto de
desenvolvimento e soberania do nosso país.
Já como pré-candidato à presidência da República, Eduardo defendeu, e nesse sentido orientou nossos parlamentares, a inclusão das obras da refinaria Abreu e Lima como um dos itens a serem investigados pela CPI - para cuja constituição, aliás, contribuíram nossas bancadas.
O esquema perverso engendrado para desgastar a imagem de Eduardo Campos tem origem no espectro da derrota próxima daquelas forças que há 20 anos sustentam uma polarização política artificial, cujo único objetivo é assegurar o poder pelo poder, usufruído de forma indecorosa, como sabe a sociedade brasileira.
A imprensa desta data associa, ainda que de passagem, o nome de Eduardo a uma malta de velhas e conhecidas raposas da velha política, no esquema sujo de corrupção na Petrobrás, comandado e administrado pelo engenheiro Paulo Roberto Costa – nomeado por um consórcio constituído pelo PT, PMDB e PP - em busca do recurso da ‘delação premiada’ que, mediante acordo com o MP, poderá reduzir-lhe as penas de prisão de que não se livrará.
A reportagem de uma revista semanal registra, sem haver tido acesso ao conteúdo do depoimento, uma referência solta do depoente a Eduardo. Essa matéria, com pequenas variáveis, é reproduzida pelos demais veículos gráficos.
Não há acusação digna de honesta consideração.
Há, apenas, malícia.
Não soa à toa a ameaça feita, em 11 de abril de 2014, veiculada na imprensa escrita e depois amplificada em portais e blogs, do presidente do Senado, Renan Calheiros, de incitar os governistas a, segundo suas palavras, “usar a CPI da Petrobrás para desgastar o ex-governador Eduardo Campos, provável adversário de Dilma Rousseff em outubro”. É o que se vê hoje...
Morto, Eduardo Campos não pode se defender. Mas seu Partido o fará, em todos os níveis, políticos e judiciais, no cível e no criminal, e para esse efeito já está requerendo acesso ao conteúdo integral do depoimento do administrador da corrupção na Petrobras.
Os socialistas não conhecem o medo nem o recuo. Continuaremos nossa campanha eleitoral que já se avizinha como vitoriosa – para o desespero dos muitos que não mais poderão explorar os recursos públicos em proveito pessoal e de projetos político-partidários. Permaneceremos, como sempre, fiéis defensores do monopólio estatal do petróleo, em defesa da Petrobrás e em defesa do pré-sal como elementos essenciais de nosso projeto de independência e soberania nacional. Mas não descuidaremos do combate à corrupção.
Não descansaremos enquanto a Petrobrás não se livrar dos que, por dentro dela, roubam-na para assim alimentarem a má política.
É a homenagem que devemos à memória de Eduardo Campos.
Roberto Amaral
Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro
Portal PSB 40
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